“Deus conhece os corações de vocês” (Lc 16, 15)

Acredito que cada um de nós já vivenciou um momento no qual pensou que poderia “barganhar” com Deus, fazendo algo que Ele nos pediu – através das Escrituras ou por um “próximo” – para alcançar algo que (imediatamente) desejávamos.

Cada um de nós, neste momento, acredito que poderia atuar para Deus (como um ator ou atriz de novela) e não ser descoberto – como uma criança que concorda com a mãe que não riscará mais a parede com canetinha ou lápis e, assim que a mãe vira as costas, continua “desenhando” na parede…

Deus sabe, a cada momento de nossas vidas, o que temos em nosso coração – assim como, anos atrás, quando mãe novata, vi “desenhos” na parede da minha casa e, sabendo que ninguém tinha estado nela, ouvi do me filho que tinha sido “um bandido” que os tinha feito na parede…

Quantos momentos que somos “bandidos” de nossas próprias atitudes! Quantos momentos praticamente “sabotamos” nossos passos no caminho em busca da santidade!

Na época, meu filho estava na primeira infância e recebendo sua irmã da maternidade – e hoje sabemos que esses momentos (para os pequenos) pode ser muito complicado –; e quantos de nós faz isso no pleno uso de faculdades mentais, em plena aplicação do livre arbítrio, e com a possibilidade real de prejudicar seu “próximo”, querendo “se dar bem” porque pensa que esse “próximo” não é alguém “que vale a pena”?

Ainda bem que o próprio Cristo nos deixou o “remédio” para esse mal – o perdão, que passa pelo arrependimento, pela conversão e pelo propósito, livre e consciente, de não mais cometermos o mesmo erro.

Nos primeiros parágrafos da Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, o Papa Francisco nos convida a revermos nossos atos e nos aproximarmos do próprio Cristo e com ele mantermos uma sincera relação de escuta e uma atitude verdadeira consigo mesmo, com Deus e com os irmãos:

Desçamos do “palco” e nos entendamos com Cristo, que, de braços abertos, nos convida a uma vida de cuidados com o próximo e com a Casa Comum, acreditando que não estamos “mortos” graças à misericórdia do Pai e que, ainda que tenhamos feito as coisas mais terríveis (sendo os “bandidos” da nossa própria vida), podemos ter restituída nossa ternura, nossa fé e, com muita alegria, novamente ter presente nossa esperança no Reino por Ele prometido.
Pronto(a)? O abraço Dele já está te esperando – e o mundo também…


Leila Denise

Deixe uma resposta