Ser pobre

“Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus!” (Lc 6,20).

No Evangelho deste final de semana temos o famoso Sermão das Montanhas. O mais famoso é o quinto capítulo de Mateus, porém São Lucas também o escreveu de forma menor e mais objetiva. Contém tudo o que o Mateus também possui, mas de forma mais breve.

 O de Lucas começa dizendo que “Bem-aventurados” são os pobres. Que pobres? Na maioria das vezes ouvimos que os pobres são aqueles que nada têm, materialmente dizendo. Porém, não podemos reduzir o tema pobre somente aqueles que nada tem. Isso é uma forma de ver a pobreza que não condiz totalmente com aquilo que de fato o evangelista está querendo dizer. O pobre é todo aquele que colocou seu tesouro não aqui, não agora, mas lá na eternidade. Por isso, todo o católico de verdade é pobre, porque não almeja nenhuma riqueza perecível, mas sim busca uma riqueza que somente será conquistada em outra vida – a vida eterna. Essa riqueza da vida eterna não é perecível porque é eterna. Por isso, São Francisco falava tanto de pobreza, porque ele sabia que o mundo é pobre comparado a riqueza eterna. Tudo é pobre quando comparamos com a riqueza da vida eterna. Mas para que isso seja perceptível em nossa vida é necessário ser pobre nesta vida. 

É necessário não ter nada aqui, para poder ter tudo na recompensa final. Bem-aventurado quem é pobre nesta vida, porque é nosso o reino dos céus que é a riqueza da nossa vida. Ser pobre não diz respeito a condições financeiras, mas é condição para ser santo. Todo santo é um pobre porque não esperava nada neste mundo, pois juntava seu tesouro onde a traça não destrói e o cupim não devora, como nos ensina Jesus Cristo. Ser pobre é caminho para se ir ao céu, e mais uma vez nos ensina São Francisco, nos deixando o caminho da pobreza como forma de ser santo. Paz e Bem! 


Frei Jhones

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