Posted by “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra” (Jo 8, 7).
No Evangelho do quinto domingo da quaresma, somos convidados a refletir sobre a mulher pega em adultério e que está preste a ser apedrejada. Ali todos estavam sedentos por cometerem uma justiça humana. Nesta passagem percebemos que a justiça divina é diferente da justiça humana. A justiça humana é inadmissível a misericórdia e a pena por vezes supera aquilo que é proporcional. Deste modo, percebemos que a justiça humana não carrega em si, algo que a justiça divina carrega: a caridade.
O princípio da justiça divina é agir sempre em parceria com a caridade. Sem a caridade, a justiça somente é humana. A justiça divina se baseia no princípio da caridade e de dar a cada um aquilo que é justo ser dado pelo ato feito. Para cada ato feito é dada uma recompensa. Inclusive em outro Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo, diz que até um copo de água dado em seu nome ganhará recompensa. Voltemos para a cena do Evangelho: uma mulher sendo pega em adultério é, de fato, na época um crime. Para tal crime a sua pena era ser apedrejada. Porém, Jesus ao dizer a frase muito conhecida por nós – quem estiver pecado que atire a primeira pedra -, não está dizendo que o que aquela mulher foi certo ou que o que ela fez não merece uma pena. O que Ele está nos mostrando é o fato de que ela pode alcançar misericórdia e que se aplique na misericórdia uma pena que seja justa para ela. Eis o princípio da justiça, dar aquela mulher o que é justo para ela. É justo, diante da misericórdia de Deus, ela ser apedrejada?
Nosso Senhor está mostrando que não é justo tal pena para ela pagar, pois essa pena não vem acompanhada da misericórdia e da possibilidade de arrependimento. Sendo assim, nesta frase de Jesus àquelas pessoas se revela a misericórdia de Deus diante da sua justiça divina. Paz e Bem!
Frei Jhones