Iniciei com as atividades musicais – pelo que minha mãe me conta – cantando sozinha “Mãe o Amor Mais Puro” (gravada por Francisco Petrônio) na homenagem às mães do jardim de infância em 1978, quando eu contava com quatro anos de idade.
Já cursando a “primeira série do primário”, em 1979, as meninas de nossa escola eram responsáveis, todo mês de maio, pela cerimônia de coroação de Nossa Senhora – e ali iniciei meus passos na Igreja, entre liturgia e cantos, com cinco anos de idade.
Muitas foram as músicas de aprendi e ensaiei ao longo dos anos, para várias missas e apresentações religiosas, tanto sozinha quanto com outras pessoas e grupos. Mas uma delas guardo no coração com especial carinho.
No final dos anos oitenta, a irmã franciscana que coordenava o coral infantil (do qual fiz parte e, naquela época, acompanhava com órgão/teclado) chegou de um curso de Canto Pastoral em Curitiba, dizendo que aquele canto poderia ser usado inclusive em casamentos.
Aquele foi o meu primeiro contato com “O Amor de Deus”, um canto não muito conhecido, que faz parte da “Missa da Misericórdia” que tem melodia do Frei Fabreti e letra de J. Thomaz Filho disponivel nesse link https://www.youtube.com/watch?v=Z1R5BLllr6w . Cada vez que era necessário evidenciar o amor de Deus Pai pela humanidade – assim como cada vez que precisava de um canto para a bênção das alianças que não fosse a “Ave Maria” (Gounod) –, era esse o canto escolhido.
Neste mês da Bíblia e nesta semana que comemoramos os 800 Anos que Francisco de Assis recebeu os Estigmas no Monte Alverne, fica difícil não falar de Amor – ainda que, por vezes, não consigamos praticá-lo com a efetividade e com a frequência que gostaríamos, devido aos nossos pecados irreprimidos que, diuturnamente, nos lembram de nossa natureza humana e o nosso livre arbítrio, que nem sempre nos possibilita que façamos somente o que é certo e simplesmente porque é o certo.
Transcrevo, abaixo, o canto, para que todos possam apreciar sua mensagem:
1. O amor de Deus se mostra em pleno sol, flore o jardim, dá vida ao beija-flor, brinca no mar e as nuvens põe no céu pra me dizer: Grande é teu valor.
2. O amor de Deus vem antes e depois e vai além dos sonhos que aprendi; não se desfaz, nem mesmo ao dizer “não”, é a luz que diz: Filho, é por aqui.
3. O amor de Deus renova os corações, fala de paz, reparte sempre o pão, fere o temor, enfrenta os desafios, me fez dizer: Tudo bem irmão.
4. O amor de Deus compõe e recompõe, estende a mão, jamais exclui alguém; frente ao rancor, se firma no perdão, fazendo ver: Eu te quero bem.
Como costumo sempre citar algo escrito ou falado pelo “Francisco de hoje”, reservei para este momento uma curta citação: “Como certas peças musicais, também a Sagrada Escritura tem uma nota de fundo que a acompanhada do princípio ao fim, e esta nota é o amor de Deus.” (Audiência Geral, Praça São Pedro, 12/06/2024).
Que São Francisco de Assis, que tanto desejou a graça de sentir o Amor e as dores do Cristo Crucificado – e o alcançou, através da impressão dos Estigmas em sua própria carne, há 800 anos –, continue a nos inspirar a vivermos o Evangelho do mesmo Jesus Cristo que conheceu e vivenciou a vida humana para nos salvar a todos (ainda que sejamos falhos, e muito!) e nos fazer merecedores do Amor e da Misericórdia que o Pai por nós nutre desde o início dos tempos.
Leila Denise