Chegamos em abril em um piscar de olhos, e neste mês celebramos um dia muito significativo para nós brasileiros: O Dia dos Povos Indígenas – 19.04. A data é dedicada a celebrar a cultura e herança indígena.
Para quem é mais velho, o termo indígena pode soar diferente, tendo em vista que o dia era conhecido como “Dia do Índio”, mas você sabia que este último termo é equivocado? Pois é, o termo ” índio”, além de ser uma confusão feita por Cristóvão Colombo, que confundiu as Américas recém “descobertas” com a Índia (por isso “índios”), também com o passar do tempo, acabou reforçando estereótipos preconceituosos, que definiam esses povos como atrasados, selvagens e até mesmo, preguiçosos. “Indígena”, mais correto, significa então, o que são estes nossos irmãos de fato: “natural do lugar que vive”.
Nosso irmãos indígenas são naturais da terra que em 1.500 habitavam antes da colonização chegar, com uma população entre cinco e sete milhões de pessoas em etnias diversas. Hoje, com uma população significativamente menor, pouco mais de 1.600.000 milhões de pessoas, essa parte de nosso povo é esquecida e negligenciada. O desrespeito na demarcação das terras dessa parte da população, bem como a invasão de garimpeiros, madeireiros e outros tipos de invasores demonstram nossa falta de empatia com a herança colonial.
Muitos povos indígenas não existem mais, como os Charrua, no Rio Grande do Sul, ou quase, como a Carijó, no Paraná, e as que existem, resistem à falta de saneamento básico e de direitos fundamentais, como o registro na certidão de nascimento, que dá direito a outros direitos, como saúde e educação.
Nesse dia que foi escolhido para pararmos e refletirmos na importância que estes povos originários têm na construção do Brasil como é hoje, é bom entendermos que um dia só não é suficiente para cobrir toda uma história de violência e descaso. É preciso mais; é preciso luta e vigilância de cada um para que estes irmãos tenham o que todo ser humano merece: dignidade. E cada cidadão pode ajudar e fazer a sua parte na hora de escolher representantes políticos que pensem no Brasil como uma nação onde todos merecem ser tratados como iguais, na medida de suas necessidades. E como cristãos, podemos olhar para essa questão com o mesmo olhar que Jesus nutriu: acolhimento, amor e fraternidade, que nos leva a agir, movimentar e buscar mudanças. Obviamente muitos de nós não temos contato direto com os povos originários, mas podemos buscar mais informações, falar sobre e não deixar que sejam esquecidos.
Benditos sejam os nossos irmãos indígenas, que primeiro pisaram esta terra e nos ensinam a amar e a cuidar da Casa Comum, com respeito e devoção. Que jamais sejam esquecidos, mas cada vez mais incluídos para que sejamos de fato uma nação que não deixa ninguém para trás.
Deus abençoe você!
Um abraço da Ana Karenina
Imagens: Povos indígenas de Colatina durante a Romaria desta Diocese na Festa da Penha 2023 (Moacir Beggo – jornalista franciscano)