Um olhar de amor

Ultimamente tem me chamado muita atenção a quantidade de pessoas que saem de seus países por conta de guerras, fugindo de um terror que mata ou de situações conturbadas na economia e na política para proteger a si e aos seus. Eles são chamados de refugiados, que diferente dos imigrantes, não têm escolha, a não ser sair da sua terra, onde não há mais vida digna para se viver.

Na esperança de um futuro melhor, saem com o que tem, muitas vezes sem documentos e roupas, pois não há tempo a perder para poupar a vida.

Muitos não chegam ao seu destino; morrem no caminho e o quanto dói receber notícias da morte de alguém que saiu em busca de uma vida digna para si e seus familiares.

A crise humanitária desse deslocamento tomou uma proporção gigantesca. Em 2021, segundo a ONU, 84 milhões de pessoas saíram de seus países nestas condições.

Em muitos lugares, esses irmãos que conseguem chegar vivos encontram as portas fechadas, como se a presença não fosse bem-vinda, não só por questões de logística, mas por preconceito e questões políticas onde não se aceita o outro, se o que ele traz “na bagagem” não agrada.

Que triste é o povo que não entende que todos somos iguais. Sem demagogias devemos acolher e dar as mãos, como seres vivos que somos, dignos de uma vida melhor. De onde tiramos a ideia de que existem “pessoas e pessoas”? Aqueles que são “nossos”, “nosso povo” e os que não são? Precisam ser tratados de maneira diferente?


Somos irmãos e o mundo é nossa casa. A casa de todos!

É preciso um empenho de cada um de nós, para que essa mentalidade mude. Que possamos criar mais pontes e menos muros, estender mais as mãos do que empunhar armas, e olhar mais profundamente nos olhos daqueles que, em sua necessidade, nos olham como sua esperança de continuar a vida em paz.

Jesus também precisou fugir de sua terra junto com seus pais, para o Egito, por conta de Herodes, que desejava matá-lo. E no Egito seu pai, José, trabalhou e deu vida digna à família de Nazaré.

Que possamos ser como o Egito que recebeu Jesus fugido: um lugar de proteção e oportunidade de vida. E que assim como Jesus voltou para sua terra, que possamos lutar juntos para que cada um possa ter sua dignidade restaurada e possam retornar livres para onde o coração sempre fez morada… não é impossível, se acreditarmos e fizermos a nossa parte para isso ser realidade.

Um abraço fraterno da Ana!

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