É preciso lutar por um mundo mais justo, fraterno e sustentável!

No último domingo (18/06), os jovens franciscanos da Comunidade São Marcos, pertencente à Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Vila Velha (ES), participaram da 6ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce que aconteceu em Regência – onde o Rio Doce deságua -, litoral de Linhares (ES).

Segundo o jovem Luan Coradini, foi um momento de conscientização e luta pelo cuidado da nossa Casa Comum. Já o bispo diocesano de Colatina (ES), Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa, frisou: “A nossa Romaria deve ser um farol para que outros não passem pelo que estamos passando”. A Romaria teve como tema “Bacia do Rio Doce, nossa Casa Comum” e lema: “No princípio, o Espírito pairava sobre as águas”.

Mais de quatro mil pessoas dos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais participaram do evento, que se tornou um marco histórico e um grande clamor para que toda a sociedade volte seu empenho de cuidado com a Casa Comum e o bem de todos. “Devemos cultivar a mística do cuidado com a natureza e com os irmãos. As empresas não podem fazer o que querem. A economia não pode ter essa autonomia em relação à política e à ética, mas devem estar todas voltadas realmente para o bem coletivo. É preciso que nós sejamos cuidadores uns dos outros e da Casa Comum”, destacou o bispo diocesano, Dom Lauro, em sua homilia.

Para Luan Coradini, participar da 6ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce, foi uma excelente oportunidade para manifestarmos o nosso papel enquanto cristãos e cidadãos. “Eu e meus amigos, jovens da Comunidade São Marcos, pertencente à Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Vila Velha (ES), estivemos presentes nesse momento de conscientização e luta pelo cuidado da nossa Casa Comum. Unidos pela Fé e pelo carisma franciscano, fizemos uma caminhada em defesa da vida, da natureza e em memória aos mártires da atualidade que, infelizmente, perderam suas vidas lutando por um mundo mais justo, fraterno e sustentável. Também, não podemos nos esquecer do crime cometido nas águas do Rio Doce, em 2015, que até hoje afeta a vida de inúmeras famílias e do nosso ecossistema. Espero que as pessoas criem consciência e tomem para si a essa causa. Afinal, fazemos parte de tudo isso. Somos filhos do Deus e obras da sua criação”, ressaltou.

Durante a Romarina, os participantes dos Movimentos de Moradia; Marcha das Mulheres; Economia Popular Solidária; Quilombolas; Antirracistas; Pastoral Afro; Movimento dos Atingidos por Barragens; Movimento dos Sem-terra; Luta Campesina; Agricultores Familiares e Movimentos de Fé e Política carregavam estandartes com nomes e fotos de pessoas que lutaram até o fim pelas causas ecológicas. Dom Pedro Casaldáliga, Padre Nelton, Flávia Ambrósio, Padre Ernesto, indigenista Bruno Pereira, Dom Phillips, são apenas alguns para citar. Além disso, frases como “Queremos o Rio Doce sem minério”; “Oito anos de impunidade”, “Mineração aqui não”, “A mineração destrói os territórios dos povos das águas”, “Somos contra o marco temporal”, “Água e energia não são mercadorias”, chamaram a atenção, além de denunciar e evidenciar a missão da Igreja de ser voz daqueles que não têm voz.

A próxima edição da Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce acontecerá em 2024 na cidade de Governador Valadares (MG).


Frei Augusto Luiz Gabrie

VEJA ALGUMAS FOTOS

Direitos de imagem: Acervo Pessoal.

Deixe uma resposta