Liberdade de expressão tem limite: respeito à dignidade humana

Oi gente! Paz e Bem!

De uns tempos para cá, além da epidemia de Covid-19, temos enfrentado uma outra grande epidemia: a de notícias mentirosas na internet. Tão letal quanto uma doença, as chamadas Fake News podem, literalmente, matar. Qual é o nosso papel nessa história? Como devemos agir para acabar, ou ao menos, minimizar os danos causados por histórias que parecem ter um único objetivo: destruir? Questões para pensar e refletir.

O termo “Fake News” (literalmente “notícia falsa” em inglês) é recente; temos notícias dele desde 2016, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, e desde então, não paramos mais de ouvir estas duas palavras. Porém, desde que o mundo é mundo, podemos perceber que a divulgação de notícias mentirosas acontece; por muitas vezes, contava-se a história dos vencedores de guerras e disputas com honras e glórias sobre aqueles que perderam, mas os vencidos, aqueles que eram subjugados, não podiam dar suas versões sobre o ocorrido. Só em meados do século 20, que estes, que muitas vezes tiveram suas vozes caladas, adquiriram o direito de contar suas versões e desmentir aquilo que era tido como verdade absoluta, sendo o primeiro passo para o combate a estas práticas.  

Hoje, as Fake News tomam um grande espaço na internet, tanto que se misturam com notícias verdadeiras e levam as pessoas a erros grotescos e fatais, como no caso da Fabiane Maria de Jesus, morta em 2014, após ser vítima de linchamento, por conta de uma notícia falsa no Facebook, de que ela seria sequestradora de crianças, e que as matava para rituais de magia negra, no Guarujá, em São Paulo; ou no caso de Daniel Picazo,  que em 2022, foi queimado vivo em uma cidade do México, após ser confundido com um ladrão de crianças, notícia falsa que se espalhou pela região, através do Whatsapp, dentre outros que poderíamos mencionar aqui…histórias que poderiam ser diferentes, se houvesse o mínimo de responsabilidade em compartilhar conteúdos.

Toda semana ou várias vezes numa mesma semana, é possível detectar notícias falsas vindas pela internet, através das redes sociais, de todas as áreas: política, saúde, etc. Tais informações são veiculadas muitas vezes (ou todas as vezes) sem  a devida checagem e trazem prejuízos imensos aos personagens que são incluídos nessas situações fantasiosas, seja prejudicando a honra de alguém, levando as pessoas a erro, ou levando alguém à morte. 

É terrível ver pessoas morrendo pela falta de responsabilidade de outras em repassar notícias falsas; ter um pensamento crítico sobre aquilo que se lê é importante para evitar desastres que podem não ter conserto. 

Hoje no Brasil, temos um Projeto de Lei que ainda vai entrar em votação no Congresso nacional, a PL. 2630/20, que pretende regular e dar responsabilidade também aos provedores de internet, sobre o que eles permitem ser veiculado em suas plataformas. Este não é o único projeto de lei sobre o assunto que tramitou em Brasília; existem pelo menos 50 que já tramitaram por lá. E quando se pretende regular uma situação por meio de uma lei, é por que a sociedade não aprendeu sozinha os limites de determinada situação; e de fato ainda não aprendemos que a internet, apesar de nos dar a liberdade de andar pelo mundo através de um computador ou celular estando dentro de casa, não nos dá a liberdade de machucar o outro com nossos achismos e crenças pessoais. A liberdade de expressão não é absoluta em nenhum lugar do mundo. Ela tem um limite que é o respeito à dignidade humana do irmão que vai ser alvo do que escrevemos ou repassamos pra frente. E independente de termos uma lei, ou várias, que regulam conteúdos na internet, ou de ser crime difamar, caluniar ou injuriar uma pessoa, cabe a você e a nós, como cristãos e franciscanos, ler, pensar e repensar se vale a pena levar adiante uma informação que pode prejudicar alguém. 

Não podemos permitir mais que em pleno  2023, pessoas ainda percam a vida por mentiras. E é através de nós  que podemos minimizar estes danos. Sabe aquela fofoca “boa”? Que tal fazê-la parar, simplesmente não repassando? E aquele texto do ‘zap’ que você não sabe de onde veio? Que tal checar se é verdade antes de clicar em compartilhar ?  É assim que paramos o que não é verdade: se é mentira e faz mal ao meu irmão, não sou eu quem vou espalhar. E essa pandemia de mentiras se dissolve, como a Covid, e tantas outras doenças que com cuidado e amor, foram diminuindo no meio de nós. É possível também entendermos que somos responsáveis pelo que lemos e compartilhamos. Bora mudar essa história?


Deus te abençoe!

Um abraço fraterno da Ana Karenina | @anakareninacunha

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