“Foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz”
(Mt 17,2).
No segundo domingo da quaresma, temos o Evangelho da transfiguração do Senhor. Mas o que é transfigurar? Imaginemos um ferro, quando ele é colocado em contato com o fogo, ele se transfigura, ou seja, o que antes era somente um ferro de cor fosca e fria em contato com o fogo… passa a ser quente, iluminado e cheio de luz. Em contato com o fogo, o ferro não deixa de ser ferro, mas se mostra de modo diferente, o mesmo caso é Jesus.
Jesus é humano e estava oculto a sua natureza divina. Ao subir no Monte Tabor, Jesus manifesta algo que estava oculto em seu corpo: a sua natureza divina. A transfiguração de Jesus mostra que Ele é humano e divino ao mesmo tempo. Jesus tem aspecto, corpo, fisionomia, forma e sentimentos todos igual a nós – exceto o pecado. Porém, em Jesus também reside algo que somente aquele que tem fé é capaz de apreciar: sua natureza divina. Jesus é Deus, mas isso é somente revelado para aquele que tem fé. A transfiguração é somente vista por aqueles que enxergam com os olhos da alma. Ver a natureza divina de Jesus é a manifestação de um dom de contemplar o grande mistério de Deus, escondido no corpo humano. Por isso, o caminho quaresmal que estamos percorrendo é o momento de limparmos os nossos olhos para o pecado que não permite “ver” a Deus como de fato Ele é.
Quanto mais pecados cometemos, mais a nossa visão fica turva e incapaz de contemplar a Deus verdadeiramente. Portanto, precisamos fazer o caminho penitencial para vermos Jesus. O que é caminho penitencial? Mais que um caminho é uma atitude de vida, evitando os exageros e procurando viver na moderação. Para “ver” a Deus é necessário a moderação do olhar, evitando os exageros que nos impede de ver o que realmente importa: Deus.
Um abraço fraterno paz e bem!
Frei Jhones