CONEXÃO CONVIDA – MÊS DE AGOSTO/2022

Olá queridos,
Paz e Bem!
Tudo certinho ?

Estamos finalizando o mês de agosto,  mês que a igreja volta o olhar para as vocações.

Hoje, o Conexão Convida recebe dois queridos irmãos que abraçaram a Vocação Sacerdotal, no nosso carisma Franciscano. Um jovem sacerdote e um neo-diácono muito queridos para nós: Frei Jhones e Frei Gabriel. Hoje, eles nos contam o que é ser chamado a ser um religioso sacerdote e quanto Francisco os ajuda a ser mais próximos de Deus e dos irmãos. Bora conferir ? 

Stalkeando …

Nome: Jhones Lucas Martins
Idade: 32
Profissão: Sacerdote Religioso
Música Preferida: Like a Stone
Filme/Série: Filme: Como se fosse a última vez
Série: Stranger Things
Personalidade inspiradora: São Francisco
Instagram: @jhonne_luccaa

Direito de Imagem : franciscanos.org.br

Stalkeando …

Nome:  Frei Gabriel Dellandrea
Idade: 27 anos
Profissão:  Frei Franciscano
Música preferida: Cristo, quero ser instrumento/ Monte Castelo (Legião Urbana)
Filme/série: Auto da Compadecida/Podem me chamar de Francisco
Livro: O deserto é Fértil – Dom Helder Câmara
Personalidade inspiradora: São Francisco rsrsrs
Instagram/facebook: @dellandreaofm

Direito de Imagem : franciscanos.org.br

Vamos começar com uma breve apresentação sobre vocês: 

Frei Gabriel: É difícil me apresentar. Vivo numa caça para encontrar aquilo que Deus quer da minha personalidade a cada dia. Mas ele me deu a graça de ser uma pessoa expansiva e contemplativa. Gosto de estar com as pessoas. Ganho horas conversando com os amigos e familiares numa refeição, num encontro sem data marcada, numa ligação de WhatsApp. Mas também sinto a necessidade de ser a minha melhor companhia para ouvir uma música, rezar, meditar, silenciar, apreciar a beleza das coisas.

Frei Jhones:  Nasci em Macatuba, no dia 6 de Abril de 1990. Desde muito novo me inseri na vida de Igreja, como coroinha. E foi nesse serviço que, por inspiração divina, entrei no seminário menor em Pindamonhangaba em 2006. Terminei o ensino médio, e resolvi dar um tempo. Saí do convento e retornei em 2010 na Cidade de Ituporanga já com os frades menores. Fiz todo o itinerário religioso da formação. Em 2017 fiz a profissão solene, em 2020 fui ordenado sacerdote e em 2022, dia 26 de março ordenado padre. Agora moro em Gaspar e minha missão é na fraternidade da Paróquia São Pedro. 

Como foi seu primeiro contato com Jesus ?

Frei Gabriel : O contato com Jesus é um mostra-esconde. Ele todos os dias se revela, como se fosse a primeira vez, e quando eu acho que o conheço, ele se esconde e vira mistério. Então, quando eu tomei consciência da presença dele, ele já estava em mim. Mas não era um conceito, uma ideia. Era experiência, graça, dom. Era sorriso, alegria, força, palavra animadora, família, amigo. E esse contato foi acontecendo na família, na comunidade, na Ordem do Frades Menores, com os amigos…

Frei Jhones:  Meu primeiro contato com Jesus veio por meio de meus pais que sempre me ensinaram o caminho de Deus e da Igreja. Devo tudo a eles por terem me passado o amor de Deus. 

Como você percebeu que estava sendo chamado ao sacerdócio?

Frei Gabriel: Na verdade todo cristão é sacerdote. Pelo batismo, assumimos essa característica, pois se é próprio do sacerdote ofertar sacrifícios e Cristo o fez de uma vez por todas, nós, seus seguidores, devemos também nos oferecer em sacrifício. Assim, nessa dimensão, assumimos a nossa vida como doação total, oblação, aonde quer que vamos. E sinto que me percebi sacerdote com os sacerdotes da comunidade que nasci, as catequistas, os ministros, minha família, os confrades, os leigos e leigas que todos os dias fazem a missão da Igreja acontecer. Com o empenho de todos eles eu também quis ser ainda mais sacerdote, nessa doação total em nome de Cristo. E alguns, sacerdotes por batismo como os demais, são eleitos para o ministério de presbíteros. E isso também não é só um querer pessoal: “ah, quero ser padre”. É uma eleição: a pessoa se coloca à disposição e a comunidade elege. E para a vida ministerial da Igreja como diácono, eu fui eleito pela minha fraternidade e pelo povo da Paróquia Santa Clara de Imbariê, em Duque de Caxias, RJ, não por ser mais que alguém, mas como um irmão que recebe essa missão a cumprir. E se eu for eleito presbítero pela minha fraternidade provincial, vou assumir desse mesmo modo. Pois, se for diferente disso, a pessoa corre o risco de se achar mais digna, ou de ter que ser padre só por esforço pessoal, e não é assim. A Igreja é ministerial, e se cada um que é eleito assume bem a sua missão, constituímos um lindo testemunho de serviço e missão!

Frei Jhones:  Meu chamado ao sacerdócio veio muito novo, por volta dos 5 ou 6 anos, quando comecei a participar da catequese para crianças. Fui alimentando, entrei para o grupo de coroinhas que me ajudou muito a discernir.

E quando São Francisco entrou na sua história e você entendeu  que sua caminhada era junto aos franciscanos, como religioso ?

Frei Gabriel: Eu tenho referências franciscanas em todo canto da minha vida. Que privilégio! Eu nasci numa cidade de tradição franciscana, estudei sempre em instituições de ensino com alguma referência franciscana (minha primeira escola se chamava São Francisco, a segunda Santo Antônio, a terceira Antônio também e terminei o ensino médio na escola do Seminário São Francisco). Nasci no mês de outubro, alguns dias depois do dia de São Francisco. Meu irmão mais velho é frei. Minha avó era da Ordem Franciscana Secular. E esse mundo franciscano cada vez mais me impulsionou a conhecer esse homem que foi tão criativo, mas tão criativo, que vislumbrou uma espiritualidade que quero assumir como modo de vida. Ser frei, embora com os meus limites, é a minha maior paixão. Gosto de verdade do chamado que Deus me fez com tantas referências e sinto que o carisma franciscano me ajuda na minha busca por ser cristão. Com São Francisco aprendo muito a buscar a forma de contemplar a graça de Deus em tudo. E é um desafio onde me sinto bem pequeno. Cada vez é uma luta, um esforço, um desejo. Ao mesmo tempo que vieram as crises, vieram as respostas. Tudo ao seu tempo, com a maravilhosa graça de Deus que em tudo me guiou para escolher esse modo de vida! Sou muito falho e pecador, mas tenho certeza que se eu chegar à graça da velhice vou continuar inebriado por esse carisma que me provoca, me completa, me humaniza, me auxilia na minha vocação cristã!

Frei Jhones:  São Francisco entrou na minha vida em 2007, quando eu conheci uma congregação franciscana que cuidava de uma creche. Por meio da vida e dos testemunhos dos freis quis conhecer mais de perto a vida de São Francisco. 

Frei Gabriel, hoje como diácono transitório, como você vê a sua trajetória até aqui? Quais as suas funções como diácono e como religioso? 

Olha, em tudo eu vejo a graça de Deus. Em muitas oportunidades eu tenho a certeza de que só não foi melhor porque eu ainda insisti várias vezes em fazer o que eu queria. Mas quando eu deixei, Deus me surpreendeu sempre, no cotidiano, nas experiências da vida simples, no amor recebido de tantas pessoas. E agora, como diácono e religioso, eu devo corresponder a tudo isso no serviço da Caridade, da Palavra e do Altar. Ao diácono cabe: estar atento aos mais necessitados, para lhes levar o Cristo e o pão; proclamar e explicar a palavra de Deus na missão catequética; auxiliar nos sacramentos e na dimensão litúrgica da Igreja.

Frei Jhones, hoje como sacerdote, como você vê a sua trajetória até aqui? Quais as suas funções como diácono e como religioso ?

Hoje sendo sacerdote, agradeço a Deus. Afinal, foi Ele quem me fez. Percebo que o sacerdote além de oferecer Cristo para as pessoas, se oferece na cruz com Ele. O sacrifício de Cristo é o sacrifício do sacerdote, a cada missa o sacerdote sobe ao altar para oferecer a Deus aos homens, mas também se oferecer na cruz pela humanidade. 

Como você se imagina daqui pra frente, na sua missão? Quais são as perspectivas e expectativas?

Frei Jhones: A missão é sempre conduzida pelo Espírito que sopra para onde quer. Se colocar nas mãos de Deus é não criar expectativas, mas sim deixar tudo por Deus, com Cristo na unidade do Espírito Santo. 

Frei Gabriel: Nossa, as expectativas são as melhores! Eu tive a graça de fazer um retiro para me preparar para assumir esse ministério com frei Régis Daher, na fraternidade dos freis em Bragança Paulista/SP, que acolhe os freis que fazem tratamentos de saúde. Foi uma oportunidade enorme de mergulhar ainda mais nessa missão, pois tanto o frei que me acompanhou, como os demais, me ajudaram a vislumbrar esse ministério como serviço. Então eu só me imagino buscando servir na missão que a Província me confiar. Agora estou ajudando no acompanhamento de vocacionados, na animação dos eventos provinciais voltados para as Juventudes e no serviço aos benfeitores franciscanos, e é a esses que quero procurar servir. Esses dias eu ouvi um poema que muito resumiu aquilo que tenho como perspectiva, que diz: “Do arco que empurra a flecha, quero a força que a dispara. Da flecha que penetra o alvo quero a mira que o acerta.  Do alvo mirado quero o que o faz desejado. Do desejo que busca o alvo quero o amor por razão. Sendo assim não terei arma, só assim não farei a guerra. E assim fará sentido meu passar por esta terra. Sou o arco, sou a flecha, sou todo em metades, sou as partes que se mesclam nos propósitos e nas vontades. Sou o arco por primeiro, sou a flecha por segundo. Sou a flecha por primeiro, sou o arco por segundo. Buscai o melhor de mim e terás o melhor de mim. Darei o melhor de mim onde precisar ao mundo” (Marina Silva).

Dá pra ser jovem e seguir  Francisco? Qual o seu recado para aquele jovem que hoje está em dúvida de se lançar no chamado de Deus?

Frei Gabriel: O modo de vida franciscano tem suas belezas e seus limites. É uma vida normal, como as demais, só que com uma busca, uma intensidade e valores bem específicos. É normal a galera gostar muito de Francisco. Mas agora, assumir esse modo de vida é um desafio pois é um constante se colocar no caminho da penitência para buscar oferecer a Deus o melhor de si. É rasgar o egoísmo, a autorreferencialidade, não para se aniquilar, mas para se encontrar por completo. Não é deixar de se amar, mas é perceber que só se é feliz quando se é totalmente livre (pobreza), com um olhar reto (castidade) para fazer aquilo que precisa ser feito (obediência). E quanto mais abro mão daquilo que acho que sou para ir ao fundo de mim mesmo, mas eu encontro o meu próprio eu: um filho de Deus! E o carisma franciscano é essa busca que eu recomendo para todo jovem que quer realmente encontrar-se com um modo de vida que se entregue Aquele que dá o verdadeiro gosto para a nossa vida.

Frei Jhones: “Então subirei ao altar do Senhor, o Deus da minha juventude”. Abraçar a Deus é ser jovem. A juventude é sinal de esperança e de renovação. Deus é sempre novo, Deus é sempre jovem. Dúvidas teremos sempre na nossa vida, afinal faz parte. Entretanto, responder a essas dúvidas também faz parte da nossa vida. E qual é, senão sendo jovem, para responder sobre o futuro da Igreja. A expressão: jovem a Igreja precisa de você, deve ser entendida de forma contrária, pois afinal é a você jovem que precisa da Igreja para responder sobre as suas dúvidas. 

E você, já pensou em ser franciscano? Estes dois queridos freis nos mostram, com seus testemunhos de vida, que é possível viver uma juventude sadia e alegre, tendo como referencial Francisco, que nos leva a Cristo e seu evangelho. É preciso estar atento, buscar orientação e principalmente: ter a coragem de dizer sim ao chamado de Deus. Ficou curioso e deseja maiores informações sobre a vida franciscana? Entre em contato com a gente! Deixe-se surpreender por São Francisco e pela alegria que é viver este carisma que enche de vida a nossa vida.

Um abraço, e que Deus te abençoe!

Ana Karenina 

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