“Celebrações do Natal” no Mosteiro de Piratininga (SP)

Localizado na cidade de Piratininga (SP), o Mosteiro Imaculada Conceição e São José acolhe as Irmãs Concepcionistas Franciscanas, que tem como fundadora Santa Beatriz. Segundo as próprias irmãs, o Mosteiro é um recanto de oração, é o lugar propício para o encontro com Deus, e que oferece a todos, um ambiente de paz e quietude para reencontrar o sentido profundo da vida.

Tivemos a alegria de conversar com a irmã Francisca Beatriz, que prontamente aceitou nosso convite e nos brindou com um lindo relato sobre as celebrações da Solenidade do Natal do Senhor, em fraternidade e no Mosteiro das Irmãs, haja vista que a Igreja vive a Oitava de Natal. Irmã Francisca Beatriz de Maria, OIC, é natural de Simões (PI), ingressou na Ordem da Imaculada Conceição em 18 de outubro de 2009 e fez os votos solenes em 12 de dezembro de 2015.

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Celebrar o Natal de Jesus, a Encarnação do Verbo de Deus é para nós, Monjas Concepcionistas, ocasião de recordar e refletir ao que fomos chamadas a ser em nosso carisma particular: imitadoras das virtudes de Maria no seguimento de Cristo. No artigo 15 de nossas Constituições Gerais é dito que a Concepcionista, fazendo-se escrava do Senhor, como Maria, proclama em atitude contemplativa a soberania absoluta de Deus. Com ela honra o povo de Deus, move-o com seu exemplo e o dilata com misteriosa fecundidade apostólica. O que isso quer dizer se não que a exemplo de Maria, – a Imaculada, a qual Deus olhou com complacência e fez de seu ventre a terra fecunda e bendita donde nasceu o Salvador – também nós Irmãs devemos gerar em nossos corações o Cristo, o Sumo e Eterno Bem e sermos “mães” daqueles que o Pai nos confiou?

O Advento e a Solenidade do Natal do Menino Jesus é um tempo litúrgico sem dúvida fortíssimo, não podemos deixá-lo passar sem dar-lhe a devida importância e aprofundar neste mistério no qual o Cristo se fez pobre e pequeno e nos chama a essa mesma pequenez e pobreza evangélica indo de encontro á nossa espiritualidade franciscana.

Cada Comunidade Concepcionista tem suas celebrações conforme o costume e cultura da região onde se encontra, portanto, falarei daquilo que nosso Mosteiro da Imaculada Conceição e São José de Piratininga, São Paulo, viveu em preparação para o Natal. No Advento, como no Tempo da Quaresma, nos propomos a práticas espirituais que possam facilitar e abrir nossos corações para uma verdadeira renovação espiritual, tais como: maior recolhimento, diminuindo o contato com o mundo exterior (neste período não recebemos visitas de familiares ou retirantes), jejuns e abstinências e intensificação das orações pessoais e comunitárias.

Na semana que antecede o Natal, entre os dias 17 a 23, temos como tradição cantar as Antífonas do Ó, ou Antífonas Maiores, uma antiga tradição da Igreja, que remonta aos séculos VII e VIII, que são orações curtas, dirigidas a Cristo e resumem o espírito do Advento e do Natal. Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério e a súplica final urgente: “Vem, não tardes mais!”. No dia 24 de dezembro após a Celebração da Vigília do Natal, seguimos em procissão pelo claustro com o Menino Jesus entre cantos de louvor e preces que se estendem também durante o dia 25 e os oito dias após o Natal, o que chamamos de oitava, que celebramos como festa solene. Nada disso deve representar para nós apenas um preceito a ser cumprido a cada ano que se passa, mas sim uma oportunidade de auto avaliação, de sentar à beira da estrada para ver como temos caminhado e como temos que seguir caminhando nesta vocação bendita a qual o Senhor nos chamou. Todas as práticas exteriores são uma busca, um meio, um empenho de alcançar com esperança, nos tornar assim como Maria, portadoras do Salvador, o Emanuel.

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