Seguindo com a reflexão sobre a ação dos anjos e demônios no mundo, hoje veremos sobre os anjos: os mensageiros de Deus. Falaremos sobre as suas três hierarquias divinas, divididas nos nove coros celestes.
“O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada” (Jo 6,63). No Evangelho deste domingo, ouvimos essa frase de Jesus, onde Ele proclama que é o Espírito que dá a vida e a carne não adianta em nada. Desse modo, percebemos uma predileção do Espírito sobre a carne. Não que a carne seja menos importante, mas que a carne não tem vida sem o Espírito. Como já vimos, existem seres puramente espirituais, chamados de “Anjos”, que vivem numa realidade denominada de Preternatural.
Essa realidade “Preternatural” é a realidade onde habitam os anjos. Dentro dessa realidade existem três hierarquias. Não iremos conseguir aqui, explicar como surgiram as hierarquias, mas iremos falar sobre as hierarquias que habitam nessa realidade “Preternatural”. Cada hierarquia se divide em três coros, formando assim os nove coros celestiais. As hierarquias seguem uma ordem de mais proximidade de Deus, para uma maior proximidade aos homens. Deste modo, eis os coros que compõem as hierarquias e a ordem entre elas: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.
Cada coro possui uma diferenciação, ou seja, os que são Serafins são diferentes dos que são Querubins e assim por diante. Por que são diferentes? Porque quando Deus os criou, exigiu uma prova para todos os seres espirituais. Qual a prova? Deus criou os seres espirituais na liberdade, assim como nós. Os anjos foram colocados a prova, onde Deus os queria seres livres, para que o amassem livremente. Depois dessa prova, cada anjo que o amou livremente recebeu Dele uma “função” e assim cada coro celestial tem uma função.
Após essa prova, puderam ver a Deus, antes não o viam diretamente. Deste modo, os coros celestes têm funções específicas dentro da vontade e do projeto divino. A prova na qual Deus os submeteu, deu a eles a visão beatífica da Sua glória e os que não O amaram, decaíram. Os que decaíram não queriam amar a Deus livremente, mas sim tinham soberba ao ponto de querer ser como Ele. Devido a essa soberba e orgulho, foram separados da presença de Deus, não porque quer, mas pela sua própria escolha. A esse denominamos de demônios.
Um abraço fraterno!
Frei Jhones Lucas Martins
Direitos da imagem: “O Anjo da Guarda” (Luca Giordano, 1690)