Os trabalhos de pastorais e movimentos nas Igrejas do Brasil, estão restritos há mais de um ano, com portas fechadas e com o acesso limitado diante de toda a situação da pandemia. Com tanta coisa acontecendo, podemos nos perguntar: como é ser um jovem franciscano neste período difícil em que estamos vivendo?
Antes, gostaria de falar, como vejo a relação da juventude e do franciscanismo. Sabe aquele conhecido termo que diz que o jovem precisa ser um “jovem de calça jeans e tênis all star”? Significa basicamente que o jovem tem um compromisso de vida com o evangelho, só que em fraternidade, juntamente com os nossos irmãos religiosos. Os franciscanos, por exemplo, tem toda a sua vida inserida na vivência dos valores evangélicos, como vida de oração, pobreza e castidade. Dentro dos princípios franciscanos, promovem a vida, a paz e a justiça na humanidade.
A juventude franciscana durante esse período de isolamento teve que se inventar. Os encontros, que normalmente aconteciam com muita aglomeração fraterna, não foram mais possíveis de se realizar. No entanto, os jovens, juntamente com os nossos irmãos franciscanos colocaram a igreja em movimento, ou seja, acolheram os nossos irmãos em situação de rua combatendo um dos maiores problemas da humanidade: a fome.
A juventude com todo seu carisma e aprendizado franciscano colocou o Evangelho em prática, transformando os trabalhos que já existiam com mais força e determinação, levando mais amor ao próximo. Exemplo disso é o Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), que distribui milhares de refeições a pessoas que se encontram em situação de rua e até mesmo famílias desempregadas que lutam para colocar o alimento em suas casas.
Podemos dizer que a juventude começou a ter um olhar mais crítico e percebeu que a igreja vai muito além de um simples encontro em salas. Os temas abordados, em pequenos encontros e reuniões, passaram a ser vivenciados de outra forma. O jovem de um simples grupo passou a ser voluntário em trabalhos sociais. Os encontros e estudos fraternos, com temas diversificados, passaram a ser a distância e online. Resumindo, a juventude teve que se reinventar e usar as vezes a tecnologia a seu favor.
Assim, vejo que o franciscanismo em parceria com a nossa juventude vai muito além, pois o Evangelho e os ensinamentos podem ser vividos na prática. Ser Igreja jovem é ajudar de alguma forma direta ou indiretamente os nossos irmãos necessitados de fome, de escuta, da palavra e acolhimento.
Um abraço, Fernando Cordeiro.