“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei” (Jo 15, 1-3).
No Evangelho desse final e semana, ouvimos a belíssima passagem que Jesus afirma que Ele é a videira, o Pai é o agricultor e todos nós somos os ramos. Esse trecho nos mostra a beleza que é a Igreja, onde ela sendo um corpo, o Cristo é a Cabeça, nós os membros, o Pai é o que criou segundo a sua vontade e o Espírito é a alma. Trazendo aqui o paralelo com o Hexamerão do quinto dia da criação temos lá em Gênesis a ordem que Deus fala: “Pululem as águas uma multidão de seres vivos, e voe aves sobre a terra, debaixo do firmamento do céu” (Gn 1, 20).
Nessa passagem Deus cria os peixes e as aves do céu. Porém, ao cria-los Deus disse: “Pululem”, ou seja, Deus do nada criou algo. Comparando com Cristo, que está refazendo segundo a vontade de seu Pai a criação, Ele recria a criação a partir do seu corpo. Se na primeira criação Deus cria do nada os animais, com Cristo ele cria a Igreja a partir de si mesmo, afinal Ele é a videira e nós os ramos. Isso é tão belo de se ver e refletir, pois afinal a partir de Cristo toda a criação é banhada por seu sangue (na morte) e sua água (no batismo).
Todos nós somos lavados e purificados de toda a culpa e sendo assim nascemos “de novo” pelo sangue de sua morte e água do batismo. A primeira criação Deus cria as coisas a partir do nada, na segunda criação Deus recria a criação a partir do seu corpo. Desse modo, todo nós somos parte da sua criação enquanto participantes do seu corpo. Por isso a eucaristia é nosso alimento, afinal ela é o alimento desse corpo que é a Igreja. O alimento por excelência do corpo-igreja é o corpo-Jesus, fonte da nossa vida, ápice da nossa história.
Paz e Bem!