Gratuidade

“Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt 25,29). No belíssimo Evangelho desse final de semana somos convidados a meditar a parábola dos talentos. E como sabemos um Senhor viajou e distribuiu seus talentos para seus servos. Alguns servos multiplicaram seus talentos, mas aquele que recebeu somente um enterrou. Na hora da prestação de conta, o Patrão ficou feliz com aqueles que multiplicaram. Já com aquele que cavou, ele ficou muito bravo e pediu para que ele jogasse-o fora na escuridão. Sobre esse Evangelho meditaremos sobre a virtude da “Gratidão”. Ser uma pessoa grata é ser uma pessoa grátis. Como assim?

Vejamos os servos que multiplicaram os talentos do seu senhor. Por acaso o senhor pediu para que eles multiplicassem os talentos? Não. Mas eles na gratuidade multiplicaram, sem que o patrão lhe pedisse. A pessoa grátis é como uma flor que floresce sem pedir para que ela floresça. Estamos tão acostumados a receber ordens ou a mandar, que a gratuidade é um exercício que por vezes deixamos de lado. A gratuidade é um serviço que não é interesseiro, pois não visa nada e a ninguém. A gratuidade é como aquele outro Evangelho de Jesus: “Que sua mão esquerda não saiba o que a sua mão direita fez”. A gratuidade quanto mais silenciosa for, mas virtuosa é.

Esses servos não se gabaram por ter multiplicado o talento do seu patrão, mas sim fizeram no silêncio, na discrição, na gratuidade. A gratuidade também pode ser resumida naquela frase de São João Batista que diz: “É precisa que eu diminua para que Ele cresça”, ou naquela música que diz: “Não quero gloriar-me a não ser no Senhor, que me deu a graça de servi-Lo”. A nossa glória é a cruz e o silêncio da gratuidade é a nossa vida. Ser grato é um virtude pelo fato que é por meio dela que reconhecemos que “Somos uma pequena parte de uma imensa vida”. A gratuidade nos coloca pequeno diante da grandeza de Deus e é por meio dela também que conseguimos reconhecer tudo o que Deus fez de bom a nós.

A gratuidade nos permite ver o próximo como imagem de Deus. A gratuidade nos ajuda a sermos senhores de mundo, pois Deus fez o mundo para que cuidássemos dele e exercêssemos o poderio sobre ele. Só que é grato consegue reconhecer que o “amor não é amado” e chora por causa disso, exemplo disso é nosso santo de Assis.

Paz e Bem! 

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