A guerra não tem rosto de mulher

O Conexão Indica desse mês tem o prazer de receber a dica literária de uma verdadeira amante dos livros: a Aline Vieira. Sim, ela já passou por aqui esse mês contanto como é a vida de quem trabalha na linha de frente ao combate do Coronavírus na coluna Em Fraternidade. A gente quis aproveitar o momento e pedimos pra ela uma dica de livro e ela mandou a resenha incrível que vocês vão ler agora! 

Aline é uma amante da literatura e é dela a dica do Conexão desse mês!

Sempre gostei de literatura sobre a Segunda Guerra Mundial, e li vários livros a partir da ótica masculina. Até que conheci esse livro, e fiquei impressionada sobre a participação das mulheres na guerra. Eu não tinha noção de como elas foram importantes. Um livro todinho contando a história da Segunda Guerra Mundial a partir do depoimento das mulheres combatentes na guerra, das mulheres que sobreviveram a fome, ao frio implacável, a estupros, angústias, a sobra da morte iminente.

Foram quase um milhão de mulheres lutando na guerra como: espiãs, franco-atiradoras, partisan (membros da resistência), enfermeiras, médicas, fuzileiras, comandantes da Aeronáutica, entre outras atividades na linha de frente ou na retaguarda. Um livro apaixonante, envolvente, forte, que conta da bravura feminina, por vezes na leitura tive que parar pra conter as lágrimas, a emoção de sentir através das palavras dessas mulheres o que elas sentiram, afinal, enfrentam tudo que os homens enfrentam, mas com a sensibilidade, delicadeza, ternura que são partes da natureza feminina. Esse livro é uma homenagem a histórias dessas mulheres, é fazer jus à luta delas, é revisar a história.

Finalizo com o depoimento de uma enfermeira que salva um aliado e um soldado alemão:

“Não pode existir um coração para odiar, e outro para amar. O ser humano só tem um, e eu sempre pensava em como salvar meu coração” 

Tamara Stiepánovna, terceiro-sargento da guarda, enfermeira-instrutora

Nota sobre a autora:

Svetlana Aleksiévitch, jornalista e escritora ucraniana, ganhadora do Prêmio Nobel de literatura em 2015, tem uma escrita envolvente, cria uma narrativa independente e que se completa no conjunto da obra com igual importância. Conta com maestria o sofrimento e a coragem de todos aqueles que sobreviveram a Segunda Guerra Mundial.

Gostou da dica da Aline? Quer dar alguma sugestão também? Então mande para a gente através das nossas redes sociais. Até a próxima!

Beijos, Thatá!

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