Pessoas “epifânicas”

No 1º domingo do ano de 2020 o Evangelho apresenta a Festa da Epifania do Senhor. O que é epifania? Epifania é a manifestação de Jesus como Senhor do mundo. E como se dá isso no Evangelho? Com o reconhecimento dos “magos” que vieram do Oriente para adorá-Lo e oferecer presentes a Ele. Entretanto os Magos não sabiam onde o menino Deus se encontrava, e com isso eles vão até Jerusalém para procurá-Lo. Mas por que eles vão até Jerusalém para procurá-Lo? Porque na época, Jerusalém era a capital, onde se encontrava o centro político, econômico, religioso. Jerusalém era uma cidade importante. Porém, Jesus não se encontrava ali, no centro importante. Jesus estava na margem, na periferia, em Belém, na Judeia. Jesus nasceu não no centro, mas na periferia pequena do mundo daquela época. Então, no momento em que os magos souberam dessa notícia, logo se colocaram a caminho para encontrá-Lo e oferecer seus presentes. 

De modo muito claro, percebemos como Jesus atrai as pessoas. Jesus em sua manifestação como Senhor Deus que entra na história atraiu desde a sua infância pessoas. Durante toda a vida de Jesus, Ele foi atraindo pessoas para si. Na sua vida, várias pessoas foram atraídas por Ele, seja por seu exemplo, cura, carinho, cuidado. Jesus atraía as pessoas, pois a sua humanidade era divina e nisso consiste uma força e uma beleza que era a vinda de Deus. Jesus humano veio ao mundo para divinizar o homem. Deste modo, em Cristo somos uma nova criatura por meio do batismo. Sendo assim, toda a vez em que deixamo-nos agir por Cristo, estamos então manifestando Deus em nós. Todos nós somos chamados a serem pessoas “epifânicas”, ou seja, deixarmos Deus se manifestar em nós. Por isso Jesus diz em outra passagem do Evangelho: “Somos Luz do Mundo”. Somos “Luz”, não porque possuímos por si só uma luz própria, mas sim porque recebemos essa luz em nosso batismo para manifestar ao mundo a beleza de Deus e iluminar as pessoas em nossa volta. 

Quando o Papa Inocêncio III vê Francisco chegando à Igreja, vê nele algo que não era a luz dele, mas sim vê em Francisco a manifestação de Deus, por isso ele autoriza a Francisco a viver a regra que ele tanto desejava. Não era Francisco por si só, mas sim era a manifestação de Deus em Francisco. 

Paz e Bem!  

Fraternalmente, Frei Jhones

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