A esperança em Deus não decepciona

No Evangelho deste 32º Domingo Do Tempo Comum (10/11), encontramo-nos diante da morte, palavra que carrega em si uma imensidão de significados, pois além de ser incompreensível a nós, ela é inevitável. Quando falamos dela, se é que conseguimos falar, arde em nosso coração um sentimento de incapacidade, pois, não a compreendemos, e surgem todos aqueles sentimentos que estão atrelados a ela: medo, angústia, tristeza, saudade e por fim, a esperança.

Mas, qual é a nossa esperança? Em quem nós, cristãos, depositamos nossa vida?

Para responder tal inquietação, voltemos o nosso olhar para a 1ª leitura (2Mc 7,1-2.9-14), mais precisamente para o quarto irmão a ser torturado. Ele, vendo sua morte diante de si, responde aos seus torturadores: “prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará”.

A nossa esperança está em Deus! A morte para nós cristãos, deixa de ser um ponto final em nossa vida, e se torna uma nova linha, um novo caminho, uma vida nova. Onde estaremos com Ele, pois, como canta o salmista (Sl 16): “Os meus passos eu firmei na vossa estrada, por isso os meus pés não vacilaram”. Isso, não é a negação de nossa condição humana, seja de dor, de doença, de fraqueza e de morte. Pelo contrário, nos abre a possibilidade de enxergarmos o mundo com um olhar de vida, um olhar de ressurreição! 

Tudo isso, encontramos mais claramente na carta que São Paulo escreve aos Tessalonicenses (2Ts 2,16-3,5). Paulo escreve que Deus “nos amou em sua graça e nos proporcionou uma consolação eterna” e não para apenas na consolação eterna, mas, Deus nos concede uma feliz esperança. Por isso, não há como falarmos da morte, sem falarmos da vida.

Neste ponto que entendemos a discussão dos saduceus com Jesus. Os saduceus eram um grupo dentro do judaísmo que dentre algumas divergências, negavam a ressurreição dos mortos, os anjos entre outras coisas rituais. Para eles, a vida se resumia apenas no aqui e agora, não havendo possibilidade de uma vida futura, o que se vivia aqui, se encerra aqui mesmo. A morte para eles era um fim, um ponto final de uma história vivida aqui na terra.

Jesus nos dá a certeza da vida eterna, a morte passa a ser mais um degrau da nossa vida aqui na terra, e, ao darmos o nosso último passo nos encontraremos com Ele e veremos sua face e assim seremos saciados. Com a certeza de que o nosso Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele.

Por isso, diante da morte, podemos responder: nós sabemos em quem colocamos a nossa esperança!

Paz e Bem! 

Fraternalmente, Frei Douglas da Silva

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