Texto: Thaís de Oliveira | Fotos: Richard Ferrari
A MFJ Rio acabou, mas ainda estamos sentindo a energia que rondou todos os cantos do estado, da cidade imperial até o outro lado da poça. Entre os dias 17 a 21 de julho, foram tantos sentimentos vividos que hoje é difícil a gente olhar para as nossas paróquias e nossos campos de missão com os mesmos olhos. Não que a gente não os visse antes e não é que os problemas deixaram de existir, mas agora a gente tem certeza que vocês aí, de cada cantinho que ousou pisar nas nossas terras, estão com o coração um pouquinho diferente. Acreditamos que com menos medo e mais amor.
Ainda estávamos pensando em como expressar tudo o que foi essa edição da MFJ aqui na nossa casa, e apesar de o Conexão Fraterna ter nascido da mistura de mentes cariocas com catarinenses, o Rio de Janeiro é mesmo o nosso lar. Receber aqui esse evento tão importante para as juventudes da Província que fazemos parte não era só um desafio, mas um verdadeiro sonho!

Poder falar sobre as dores do Rio com tanta clareza, sem nenhum pudor mostrou que a pretensão era mesmo tratar com honestidade tudo o que o povo fluminense sofre e como é a violência sentida na pele por aqueles a quem o Estado não enxerga. Era preciso mostrar a todos que a TV nem sempre mente, mas que a verdade vai além dos 2 minutos reservados por ela. E que quando falamos de violência, ela nos atinge de vários lados: com balas, com desigualdade, com falta de recursos, com discriminação, preconceitos, e com ignorância. E que ela atinge a milhares de mães como a Bruna, atinge nossos Marcos Vinicius e nossas Marias Eduardas diariamente.
Espalhar os 600 jovens para conhecer todas as realidades, tão distintas no Rio de Janeiro deu a possibilidade de trabalhar o tema “Profetas do Diálogo e do Respeito” de maneira ampla, num tempo em que é tão importante abrir os braços para a paz e ter força para combater todas as violências que nos assolam. Como parafraseou Frei Diego na missa de encerramento: nossa cabeça pensa a partir de onde nossos pés pisam. E é isso que nós desejamos para todos os jovens que vieram ver de perto a cidade maravilhosa, pensem a partir de cada missão que fizeram, olhem para o outro, exercitem a empatia porque sabemos o quanto os seus corações são bons e estão cheios de coragem.

Após olharmos para o crucificado, fomos chamados por Frei Gustavo Medella, durante a missa de envio, a voltarmos os olhos para casa comum, nela ver o vigor e a ternura, navegar em Deus e recebê-lo de seu altar, onde Ele se entrega em Pão e Palavra. Assim, é impossível não termos em nós um sentimento de amor.
A próxima MFJ será em Xaxim, na bela Santa Catarina e esperamos vê-los novamente, cheios de vigor, superando a violência, acolhendo a paz, sendo profetas do diálogo e do respeito porque esse lema é eterno, ele não pode ser deixado nas areias de São Conrado, ele precisa voltar com vocês para suas cidades e se manifestar em cada necessitado, em cada excluído.

É preciso coragem para amar e nessa edição da MFJ ficou claro, que isso, as juventudes da Província Franciscana da Imaculada Conceição têm de sobra.