Foi essa a pergunta que os quase 800 jovens que participaram da 8ª edição da Caminhada Franciscana da Juventude tentaram responder durante os três dias de peregrinação na pequena cidade de Curitibanos (SC). A mística deste ano trazia a reflexão sobre o que nos afasta de Deus e o que ainda pesa nos nossos ombros. Entre 11 e 13 de janeiro, essa foi a resposta que jovens do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e da acolhedora Santa Catarina buscavam.
Palavras como preconceito, inveja e soberba ilustravam as paredes da capela na comunidade do Xaxim. Enfumaçada pela chama que queimava próxima ao altar, a igreja que recebeu os jovens para a primeira parada durante o almoço permaneceu cheia até o fim do momento de oração. No início desta tarde, Frei Diego Mello, idealizador da CFJ, deu seu testemunho pessoal sobre o que poderia tê-lo afastado de Deus e levou os jovens a refletirem, sobre o que os causa essa distância.
Ainda neste momento místico, Frei Marx Rodrigues, que nesta CFJ se despediu do Serviço de Animação Vocacional, chamou a atenção para as diversas formas de pecado, sobretudo o pecado da prepotência, quando nos vemos como perfeitos e, por isso, nos impedimos de enxergar as necessidades do próximo. No primeiro dia, os jovens percorreram 15 km, até a comunidade do Tabuleiro, onde encontraram as famílias acolhedoras que os receberam para o pernoite.
No segundo dia de caminhada, o tempo amanheceu nublado, dando possibilidade para o sol apenas no período da manhã. Os jovens retomaram a caminhada no Tabuleiro para percorrer o longo caminho de 24 km. A primeira parada, na comunidade Butiá, os jovens tiveram o almoço e também mais contato com a realidade de quem vive no interior de Santa Catarina. Em todo canto era possível ver sorrisos, reencontros e muita animação. Na parte da tarde, a chuva caiu forte, mas quase como se o próprio Pai Francisco estivesse ao lado animando os jovens, foi possível terminar o trajeto passando pela Fonte da Misericórdia, um projeto da cidade que auxilia dependentes químicos.
O terceiro e último dia de caminhada começou bem antes do amanhecer, as três da manhã os jovens já estavam reunidos na comunidade São Luiz. Após cantar o Pai Nosso, que introduziu todos os momentos de oração da CFJ 2019, Frei Diego refletiu sobre a Simplicidade de Deus a partir do texto de Maria José Meirelles de Carvalho, a poeta fiel a Deus que mesmo em sua enfermidade nunca deixou de receber Jesus para tomar um café ao lado de sua cama. Como a Mazé, os jovens também tomaram café com Jesus nesta madrugada, e assim partiram fortes para mais 23 km de caminhada, portanto velas e rezando o terço.
A Missa presidida por Dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) e Frei Cézar Külkamp emocionou a todos anunciando a despedida de Frei Marx, que deixa o SAV para contribuir com o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras); e abrindo as portas para Frei Vitor Amâncio, o frade será o braço direito de Frei Diego no Serviço de Animação Vocacional, que mantém-se nesta missão por mais três anos.
O ponto de chegada da CFJ foi na Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, padroeira da Província. Os jovens que iam chegado de sua peregrinação participavam da mística e adoração, entregando seus pesares no altar, aos pés da Mãe e do Crucificado; queimando seus incensos, apartando suas dores espirituais.
Banhados em lágrimas, mas certos da Perfeita Alegria, a 8ª CFJ terminou em clima de plena felicidade, gratidão e afeto com a Festa das Cores no pátio da Matriz. Os amigos que se conheceram nessa edição e os que se reencontraram nela, se despediram não com um “adeus”, mas com um “até logo”.
E você? Participou desta edição da CFJ? Quer falar um pouco para nos sobre a sua experiência para nós? Então mande para a gente a sua história pelas redes sociais. Muitos jovens podem ser tocados pelo seu testemunho de fé no Em Fraternidade.
Foi único e divino. Aos 50 anos de idade, sedentaria e acima do peso, não imaginava que aguentaria. O Senhor me sustentou. Amei