Tão humano e tão divino

“Eu te batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a
quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias” (Lc 3, 16).

Na liturgia desse domingo, celebramos o batismo do Senhor. Mas por que Jesus foi batizado se já é o próprio Filho de Deus? A resposta é simples. Deus se fez um de nós. Ele foi humano em sua natureza também, ele carregou sobre si toda as fragilidades de um homem igualmente a nós, entretanto no final do Evangelho desse domingo, a divindade de Jesus também se faz presente quando após o seu batismo o Espírito Santo desce sobre ele, e do céu se escuta uma voz “Tu és meu Filho bem-amado”. A natureza humana e divina de Jesus, um Deus que se esconde em um homem e um homem que se faz pão e um pão que se manifesta sua divindade.

A escola franciscana sempre se deparou com a humanidade de Jesus e não é
à toa que os pilares da espiritualidade franciscana é a encarnação, a eucaristia e a crucificação. Esses três pilares sendo refletidos na ótica da humanidade Cristo. Deus assume um corpo, é batizado aquele que é o autor do Batismo, para que todos pudéssemos imitar seu exemplo. Deus tem atitudes e gestos humanos, para que nós homens e mulheres também possamos realizá-los em nossa vida, por isso Jesus Cristo assumiu em tudo a nossa condição, exceto o pecado. Deus se faz homem para dignificá-lo e o homem se torna “capaz de Deus”.

São Francisco em seus vários escritos e suas bibliografias ficava admirado de como um Deus pode se fazer tão humano e tão pequeno no meio de nós. Ele se faz pequeno, porque somos pequenos e, dessa forma, Ele nos mostra que somos capazes de imitá-Lo.

Que saibamos nos admirar com essa pequenez de Deus e ir ao seu encontro naquele que sofre, naquele que mais necessita pois “quem fizer o bem a um desses pequeninos será a mim que está fazendo” (Mateus 25, 40).

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