A violência contra a mulher já foi tema de muitos textos aqui no Conexão, mas infelizmente, não podemos deixar passar a data de hoje, já que o quadro real dessa situação não mudou muita coisa e nós precisamos, quantas vezes forem necessárias, tocar nesta ferida chagada do mundo.
Hoje, 25 de novembro, o mundo celebra o dia internacional pela eliminação da violência contra a mulher. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas em 1999, tendo em vista a morte das irmãs Pátria, Maria Tereza e Minerva Maribal, torturadas e assassinadas em 1960 a mando do ditador político da República Dominicana, Rafael Trujillo e convoca a todo o mundo para prevenir e eliminar toda e qualquer violência contra mulheres e meninas.
Ao contrário do que pensam, não somos o que chamam por aí: “sexo frágil”. Somos uma grande potência que não consegue desenvolver sua plenitude em um mundo que o patriarcado insiste em nos enxergar como inferiores. A cultura misógina que cerca o Brasil e o mundo coloca mulheres e meninas como seres vulneráveis a todas as violências possíveis não só fora, mas no lugar onde deveríamos ter mais amparo e segurança: nossos lares e da nossa família. E antes de chegar a nossos corpos através da violência física, ela toma várias formas: a violência verbal, psicológica, patrimonial, sexual, política, dentro do ambiente de trabalho… qualquer uma dessas e outras que possam causar danos e tirar a autonomia, já são uma violência. A morte é só a finalização de um ciclo que precisa e pode parar, se tratarmos com seriedade esse assunto.
E não basta só olhar, saber que está acontecendo, assim como não bastam a criação de leis endurecendo e punindo essas práticas. Mudar a consciência de toda sociedade é fundamental. É preciso combater, denunciar, colocar as claras as situações de agressão para que se enfraqueça a cultura violenta que usa o corpo da mulher como objeto, vulnerável as decisões alheias à sua vontade. E não é preciso ir longe; nós podemos e devemos colaborar. Quantas mulheres ao nosso redor: amigas, primas, irmãs, tias, mães, sofrem diariamente perto de nós e não as enxergamos? Será que alguma situação poderia ter sido feita por nós antes do pior acontecer? Questionamentos que nós, como jovens e franciscanos precisamos nos fazer. O Cristo sofrido, tão amado por Francisco também está na mulher e na menina que clama por ajuda e muitas vezes, não o enxergamos nelas.
O que a mulher que está passando por uma situação de violência precisa é isto: um olhar atento e corajoso de alguém que a ajude e a traga de volta à vida, seja por uma simples conversa ou até mesmo uma denúncia, se for o caso, principalmente quando se trata de crianças.
Esta data, para além de uma lembrança, precisa de fato ser um alerta de ação para todos nós. E essa conscientização precisa começar comigo, com você.
Que neste dia, além de elevarmos uma prece por elas, possamos pedir a Deus, por intercessão de São Francisco e Santa Clara a coragem de sermos a luz necessária para colaborar com um mundo sem violências, uma humanidade menos desumana e cada vez mais fraterna.
Paz e bem !
Ana Karenina