A família é uma catequese

“No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” (Mc 10, 6-9).

No Evangelho deste final de semana, encontramos a origem do sacramento do matrimônio. Desde o princípio, Deus criou o homem e a mulher para que se unissem, tornando-se uma só carne para sempre. Em Cristo, essa união se transformou em sacramento. Mas qual é a diferença? Antes de Cristo, o matrimônio era algo natural, pois homem e mulher naturalmente se uniam. Com Cristo, porém, essa união natural se eleva a sacramento, pois passa a ser sinal visível da união entre nós e Deus.

O matrimônio cristão, portanto, presta um serviço ao tornar visível essa comunhão divina. A família, assim, deve ser um reflexo de nossa união com Deus. Como é o amor de Deus? Olhe para o amor de seus pais. Como deve ser o amor dos filhos? Contemple o amor de Deus Pai por Seu Filho, Jesus Cristo. Como deve ser a união na família? Veja o amor que une a Santíssima Trindade, que é o Espírito Santo. A família é o ícone da Trindade.

Ícones são imagens sagradas que encontramos especialmente nas igrejas de Rito Oriental, e sua função é oferecer uma “catequese” visual. Ao dizer que a família é um ícone da Santíssima Trindade, afirmamos que, ao olhar para uma família católica, devemos ver o rosto de Deus. A família “catequiza” o mundo ao ser imagem e semelhança de Deus.

Portanto, ser família, além de uma dádiva divina, é também um serviço, uma missão prestada a Deus. Pelo sacramento do matrimônio, Deus nos dá a graça de sermos família, o que implica direitos e deveres. Direito: amar a Deus e viver os direitos matrimoniais entre os cônjuges. Dever: caminhar em direção à santidade e revelar o amor de Deus ao mundo pela maneira como se amam.

Paz e Bem!


Frei Jhones Lucas Martins

Imagem: Família Tardem – Pascom da Paróquia Santa Clara de Colatina

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