“Simão Pedro respondeu: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”
(Jo 6, 68-69)
Estamos chegando à conclusão do discurso do Pão da Vida no Evangelho de São João. No início do Evangelho, alguns discípulos afirmam que tal discurso é pesado demais para eles, e alguns deixam até de seguir Jesus. Em virtude disso, Jesus pergunta a seus discípulos mais próximos: “Vós também vos quereis ir embora?” Então, Pedro professa a fé, dizendo que para onde iriam, pois somente em Jesus se encontra a palavra da vida eterna.
A profissão de fé de Pedro é algo profundíssimo, pois, no momento em que alguns estão abandonando Jesus, ele responde: “Para onde iremos? Não temos para onde ir.” Aquele que se deixa encontrar por Deus professa a mesma coisa: “Para onde iremos?” Quem encontra a Cristo não tem para onde fugir, porque já encontrou nele o perfeito esconderijo. Em Deus, as pessoas se escondem e de lá não querem sair. Quando alguém encontra a Deus, não há outro lugar para ir, exceto permanecer com Ele.
Por isso, ao ler esse Evangelho, percebe-se que Pedro não tinha para onde ir, porque havia encontrado o esconderijo de sua alma e não queria sair dali. O mesmo acontece no Monte Tabor, quando Jesus se transfigurou. Os discípulos não queriam sair da presença de Deus; queriam até armar uma tenda para permanecer ali. Quem encontra Deus não tem para onde ir. Quem encontra o Senhor dos Senhores quer ficar com Ele eternamente. Por isso, ao ler a vida de São Francisco de Assis, vê-se que ele passava horas rezando, chorando e realizando longos períodos de jejuns. Afinal, ele havia encontrado o Eterno, e quando isso acontece, não há para onde ir ou por que fugir.
Assim como São Pedro, São Francisco também disse, e todos aqueles que encontram Nosso Senhor Jesus Cristo também dizem: “Só Tu, Senhor, tens palavras de Vida Eterna”. Paz e Bem!
Frei Jhones Lucas da Silva