Posted by A coluna do “Em Fraternidade” publica uma reflexão do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Massimo Fusarelli. No texto, o sucessor de São Francisco reflete sobre o Ano da Oração em preparação para o grande Jubileu em 2025. O texto foi divulgado no site da Ordem dos Frades Menores e a tradução é do jornalista franciscano, Moacir Beggo. Confira na íntegra!
Fiquei impressionado com a decisão do Papa Francisco de declarar 2024 o Ano da Oração, em preparação para o Jubileu de 2025 com o tema “Peregrinos da Esperança”. Para ter esperança é preciso rezar: certamente não é algo vago e abstrato. Rezar é um ato de toda a pessoa, corpo, alma e espírito. A espiritualidade cristã é concreta. Ofereço alguns pontos:
Rezar é recuperar o relacionamento com Deus e reavivar a fé.
A verdadeira oração é a descoberta da verdade simples de que Deus ama e procura cada um de nós, dá-nos a sua própria vida. Nós podemos responder. Como a oração é para mim um alimento para a vida de fé?
Como os discípulos, pedimos a Jesus que nos ensine a rezar.
O sujeito da oração é “a santa operação do Espírito do Senhor” em nós. É preciso partir daqui e pedir também a ajuda da Virgem Maria, que segundo São Francisco está profundamente unida ao Espírito Santo. Ainda peço o pão diário da oração?
A oração também continua a ser uma luta, especialmente contra o nosso “eu” idolátrico que quer permanecer no centro de tudo. Reconheço que o êxodo do meu “eu” é necessário para viver verdadeiramente?
A oração precisa de espaços e tempos particulares.
Não podemos nos limitar a dizer que o nosso trabalho e serviço são oração. Isto é verdade, mas com a condição de que haja momentos constantes de escuta da Palavra de Deus e de diálogo com Ele. O que penso sobre isso?
A oração é uma realidade profundamente pessoal e, portanto, comunitária.
A oração nos ajuda a acreditar e só podemos acreditar orando. Se a oração morre, a fé definha, a comunhão desmorona. O que realmente está por trás de tantos dos nossos conflitos e faltas de caridade?
A oração e a fé estão simplesmente no centro da nossa opção evangélica como frades e menores. Vejo continuamente como é urgente entre nós redescobrir e praticar fielmente a oração, fonte da nossa vida e da nossa alegria.
Não estou falando de hábitos e rituais religiosos que muitas vezes se tornaram asfixiados e formais. Falo daquele desejo que toca a dimensão mais profunda do nosso ser e, portanto, da relação com o Deus da vida. Muitas vezes oramos pouco e oramos mal e, portanto, acreditamos pouco e mal. Consequentemente, temos pouco ou nenhum sucesso em reconhecer o que o Espírito nos pede hoje. Não vamos nos enganar. Não há redescoberta e reforma da nossa vida que não comece daqui. Procuremos redescobrir a centralidade da oração e ficaremos surpresos com a forma como viveremos e agiremos em fraternidade. Ousemos mais.
Frei Massimo Fusarelli, OFM