“Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?”
Com essa pergunta termina o Evangelho de hoje. Uma pergunta emblemática, pois percebemos cada vez mais que o homem passa por uma crise de fé.
Mas por quê?
Com o advento do mundo moderno, as várias revoluções que foram acontecendo no mundo, sejam revoluções industriais, tecnológicas ou científicas, o lugar onde Deus ocupava pouco a pouco foi sendo ocupado por outros fatores.
Aos poucos a fé em Deus passou a ser substituída pela fé às máquinas. Com isso, o homem iluminado pela sua razão foi ficando cada vez mais “Deus de si” e sua fé passou a ser ele mesmo, seu Deus passou ser seu corpo. Deste modo se acarretou uma série de coisas boas e uma série de coisas não tão boas.
Os avanços tecnológicos, científicos, industriais, ajudaram na descoberta para um melhoramento de vida, cura de doenças, zelo pela casa comum, aproximação de pessoas; mas acreditar que o homem é capaz de tudo não foi tão positivo.
Deste modo, o homem tornou um desbravador de tudo, se achando um super-homem. Assim, ele não mais precisava de Deus, pois como afirma Nietzsche “Deus está morto” e, não O necessitamos mais.
Agora o homem é humano, não havendo mais a necessidade de transcender para Deus, mas sim que ele pode realizar e transcender tudo a partir de si mesmo. Porém surge nesse ponto uma angústia profunda que é provocada a partir de uma mesma pergunta:
“Realmente o homem é capaz de tudo?”
Ou seja, o homem consegue responder a todas as perguntas da humanidade? Não. Existem perguntas que o homem nunca será capaz de responder. Porque o homem é tocado pelo divino e é bem aí que moram as perguntas sem respostas: no divino. O homem passa a vida toda tentando responder a perguntas pelas quais nunca encontrará respostas, pois as respostas para algumas perguntas não está a nível racional, tecnológico ou científico, mas sim está no divino.
Para tanto é necessário Fé. Se olharmos para a vida de Francisco podemos fazer várias perguntas na qual não conseguiremos responder aos olhos humanos, somente pela fé.
“Será que encontrarei fé quando voltar?”
Essa pergunta deve ressoar em nós. Será?
Fraternalmente, Frei Jhones