Ah, meu querido São Francisco, o meu mundo tem saudades de ti…
Quando tomo a liberdade de parafrasear o Papa João Paulo II durante sua visita ao Monte Alverne, no vale da Úmbria, quero lembrar do quanto conhecer esse santo preencheu minha vida.
Tive a graça de experimentar esse santo, de sentir em minha pele uma nova pessoa. Consegui começar a ver Cristo no rosto do outro e numa tarefa diária sempre me coloco a pensar dessa maneira, o pobre marginalizado, o rico esnobe, a criança maltrapilha, o idoso esquecido: em todas essas faces existe um rosto de Cristo, existe a criação de Deus.
São Francisco foi um homem a frente de seu tempo, indiscutivelmente todos sabem disso. Ouso dizer que ele ainda está a frente de nosso tempo. Conseguiu viver uma ecologia integral, um desprendimento total das riquezas do homem, enxergou o orgânico da terra, ousou mexer com as estruturas da Igreja e fez isso da forma mais simples possível.
Encontrou leproso, bispo, papa, lobo, sultão, irmãos, irmãs, amigos, pássaros, criaturas todas e os tratava todos com mesmo respeito, com a mesma dignidade de criação de Deus. Olhou para dentro de si e soube lidar com suas limitações. Permitiu se conhecer e estar com Cristo ao simples gesto de fechar os olhos e os cobrir com seu braço. Encontrou e se relacionou e se permitiu estar verdadeiramente em cada encontro.
São Francisco nos ensinou a ler e a viver o Santo Evangelho. Quis imitar a Cristo e conseguiu com tamanha fidelidade que recebeu em seu corpo as mesmas marcas que o amor de Deus imprimiu um dia em Cristo. Não quis falar, silenciou.
Rezou.
Este homem me ensina a viver minhas dores com resiliência, com ternura e gratidão. É na perfeita alegria que nos fazemos gratos a tudo que Deus permite em nossas vidas. Viveu seus momentos de solidão, depressão e tristeza na fenda do Cristo, na rocha do Monte Alverne. Se encontrou com o Redentor, amou a humanidade com todos os defeitos e sem olhar para eles.
Reitero: Francisco, meu mundo tem saudades de ti!
Mariana Rogoski