Caros irmãos e irmãs em Cristo, Paz e Bem!
De domingo a domingo somos convidados a trilharmos o caminho com Jesus e neste 21º Domingo do Tempo Comum, somos desafiados a reconhecer Jesus, o Messias!
Na Primeira Leitura (Is 22,19-23), o Profeta Isaías explica que o administrador do palácio, Sobna, uma espécie de primeiro-ministro, possuía o serviço e abrir e fechar as portas da casa do Rei. Portanto, ministrava um cargo de confiança e deveria o exercer para o bem comum de todos. No entanto, Sobna, deixou-se vencer pela tentação de grandeza e usou de tal serviço para tirar proveito próprio. O que ele fez? Construiu para si um túmulo de luxo, cavado na própria rocha. Tal fato serviu para que Isaías se enfurecesse e decretasse a ele a perda do cargo. E assim diz: “Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo. Acontecerá que nesse dia chamarei meu servo Eliacim, filho de Helcias, e o vestirei com a tua túnica e colocarei nele a tua faixa, porei em suas mãos a tua autoridade” (v. 19-21).
A forma como isso se realiza mostra claramente que é Deus quem delega as funções e cargos, a fim de que o investido seja de fato “um pai para os habitantes de Jerusalém (v. 21), e não um aproveitador. Quando o exercício do poder perde o sentido do bem comum, do “para todos”, torna-se em vão. E assim podemos nos perguntar, nossas escolhas, nossos votos de confiança, são em indivíduos que assumem o poder como serviço e para o bem comum de todos? Lembremo-nos que se alguém possuí muitos cargos deve-se ao fato de que tal indivíduo tenha capacidade de servir mais, nunca ao contrário.
No Evangelho (Mt 16,13-20), esse poder é aplicado ao Messias, que usa da metáfora das chaves para mostrar que Jesus delega a Pedro e à comunidade cristã a função de administrar, cuidar, promover, santificar. Isso porque, o projeto de Deus é vida para todos. E ouvimos o Papa Francisco – sucessor de São Pedro – discorrendo abertamente sobre este assunto, durante sua participação na Jornada Mundial da Juventude deste ano, em Portugal:
“Somos todos chamados pelo Senhor, chamados porque amados. Chamemo-nos pelo nome e lembremos uns aos outros a beleza de ser amados e preciosos, conscientes de que Deus nos ama como somos, com nossas fraquezas e nossos limites, e de que a Igreja nos acolhe a todos, todos”.
Papa Francisco, JMJ, 2023.
O Evangelista Mateus apresenta ainda o relato em que Pedro recebe a revelação de que Jesus é o Messias. E ele, Pedro, é estabelecido como o fundamento da comunidade que Jesus está organizando e que deverá continuar no futuro. Em síntese, reconhecer Jesus como Messias é aceitar sua trajetória de cruz, morte e ressurreição.
Por isso, a resposta de Pedro deve se tornar também a nossa: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Não como uma resposta decorada e dita apenas da boca para fora, mas com convicção e reconhecimento de quem Ele é. Quem é Jesus para você?
O messianismo de Jesus é uma constante luta em favor da justiça do reino e contra as injustiças. O cristianismo é o prolongamento da ação de Cristo que promove a justiça. Não é uma ideologia, mas um relacionamento pessoal com Jesus. O poder de Jesus é um poder que comunica a vida. Sua prática o demonstra. Seu nome o comprova. Por isso, como discípulos missionários somos convidados a dar testemunho deste Cristo. É a partir deste testemunho que nasce a comunidade e nos torna participantes de sua missão, de modo que assim como Pedro, “o que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu” (v.19). Quando o testemunho é pleno, é o próprio Cristo quem age, permitindo ligar e desligar.
Lê-se ainda na Segunda Leitura (Rm 1,33-36): “Tudo é dele, por ele e para ele. A ele a glória para sempre. Amém!” Que possamos ser multiplicadores das respostas sobre quem é Jesus e que como bons cristãos, testemunhemos sempre Cristo em nossa família, comunidade e nos ambientes em que frequentarmos. Que Ele nos ajude e fortifique a nossa fé. Assim seja!
Um abraço fraterno e votos de um bom final de semana,
Frei Augusto Luiz Gabriel, OFM
FONTES CONSULTADAS:
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral.
BORTOLINI, José. Roteiros homiléticos: anos A,B,C, Festas e solenidades. São Paulo: Paulus, 2006.
Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, 2023.