Quinta-feira, 13 de novembro
“A educação ambiental ampliou seus objetivos. Enquanto, no início, estava principalmente centrada na
informação científica, na conscientização e na prevenção de riscos ambientais, ela tende agora a incluir uma
crítica aos ‘mitos’ de uma modernidade fundamentada em uma mentalidade utilitarista (individualismo,
progresso ilimitado, competição, consumismo…). Ela busca também restaurar os diversos níveis de equilíbrio ecológico, estabelecendo harmonia dentro de nós mesmos, com os outros, com a Natureza e com as demais criaturas vivas, e com Deus. […] É necessária uma formação de educadores capazes de desenvolver uma ética da ecologia e de ajudar as pessoas, por meio de uma pedagogia eficaz, a crescer em solidariedade, responsabilidade e cuidado compassivo.” (Laudato Si, 210)

Reflexão
A conversão à ecologia integral não é algo que se improvisa, simplesmente cruzando os braços: precisa ser preparada, cultivada e aprendida. Não pode depender apenas de leis impostas a comunidades ou nações, mesmo que estas possam reduzir os danos ecológicos. A verdadeira mudança brota da adesão voluntária e, portanto, requer pedagogia e sensibilidade que encontrem cada pessoa em sua realidade vivida. Não podemos esperar que as comunidades mudem seus hábitos apenas por meio de regulações. Todos nós precisamos de tempo para compreender, reconhecer o peso de nossas decisões e percorrer um caminho gradual de transformação em muitas áreas da vida: transporte, energia, alimentação, partilha de recursos, vestuário, tecnologia, aquecimento e refrigeração, embalagens e consumo — até mesmo nossa forma de poupar ou investir. Quando percebemos como nossas menores escolhas diárias estão ligadas ao sofrimento de povos e ecossistemas, descobrimos que cada compra se torna um ato moral, e não apenas econômico. Somente então começamos a pensar “no plural” , reconhecendo todos os seres da criação como sujeitos com dignidade, não meros instrumentos para nosso uso. Essa educação deve ser uma pedagogia do amor: suave, experiencial, enraizada na realidade e atenta ao ponto de partida de cada pessoa. Seja nas escolas, nas famílias, nas comunidades de fé, nos meios de comunicação, na catequese ou na vida paroquial, o que realmente inspira não é a imposição, mas o testemunho — o testemunho oferecido com respeito e verdade. Mesmo que não mude o mundo de imediato, esse testemunho carrega uma dignidade que desperta sentido e
esperança, abrindo espaço para a ação de Deus em nossa pequena história.
Oração
Espírito da Vida, que une todas as criaturas em nossa casa comum e pulsa em nós, desejando
comunhão com o que é diferente, concede-nos o dom de partilhar nosso amor pela criação com
aqueles que ainda resistem a ele. Ensina-nos a valorizar o trabalho sagrado de educar para a
ecologia integral e a caminhar com delicadeza ao lado dos que nos cercam, guiados por tua terna
pedagogia. Que nossas palavras e ações sejam testemunho valioso, para que o cuidado com a Terra
se torne uma linguagem de amor, abrindo corações à tua presença em tudo o que vive. Amém.
Joan Morera Perich, S.J.
