Eles estão apenas buscando alimentos e água, pois suas casas foram incendiadas

Quarta-feira, 12 de novembro

“Rejeitamos falsas soluções como o ‘capitalismo verde’, a tecnocracia, a mercantilização da Natureza e o extrativismo, que perpetuam a exploração e a injustiça. […] As nações ricas devem pagar sua dívida ecológica com um financiamento climático justo, sem endividar ainda mais o Sul Global, a fim de recuperar perdas e danos na África, Ásia, América Latina, Caribe e Oceania.” Trecho de Um Chamado pela Justiça Climática e pela Casa Comum, das Conferências e Conselhos Episcopais Católicos da África, Ásia, América Latina e Caribe, por ocasião da COP30 (julho de 2025).

Por que tantos anos de negociações da COP não produziram mais progresso? Porque aqueles que precisam mudar se recusam a fazê-lo. Os chamados países “desenvolvidos” enriqueceram explorando outros, inclusive por meio dos graves males morais do imperialismo e do colonialismo. A industrialização precoce dessas nações lançou emissões de carbono na atmosfera durante muitas décadas, antes que os países recentemente industrializados se juntassem a elas. No entanto, recusam-se a fornecer os recursos financeiros de que os chamados “países em desenvolvimento” necessitam para lidar com os danos já causados e garantir que seu próprio crescimento econômico não piore a situação. Enquanto isso, os países que enriqueceram com a produção de carvão, petróleo e gás se negam a parar — recusam-se até mesmo a aspirar a parar. Assim, a catástrofe climática se aproxima cada vez mais.

E as supostas soluções “verdes” parecem envolver ainda mais extração — de minerais de “transição” —, permitindo que estilos de vida consumidores continuem sem emitir tanto carbono, mas ao custo de devastar comunidades e ecossistemas com o aumento da mineração de cobre, níquel, cobalto, lítio, minério de ferro…
O Papa Francisco destacou em Laudato Si’ (21) que “A Terra, nossa casa, começa a parecer-se cada vez mais com um imenso monte de lixo”. O que é necessário é uma verdadeira “conversão ecológica”. O Papa Francisco afirma que precisamos da convicção de que“ menos é mais”, pois“ uma inundação constante de bens de consumo pode confundir o coração” (Laudato Si’, 222). Precisamos ouvir “tanto o clamor da Terra quanto o clamor dos pobres ” (Laudato Si’, 49).


Richard Solly

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