Neste 26º Domingo do Tempo Comum, que neste ano coincide com o Dia da Bíblia no Brasil, a liturgia nos apresenta uma parábola de Jesus que continua atual e profundamente provocadora: a do rico avarento e do pobre Lázaro.
Essa parábola nos mostra, de forma clara e simbólica, os perigos da idolatria das riquezas, da sede de poder e, sobretudo, da indiferença diante dos pobres e necessitados. Não se trata apenas de uma história do passado: é um convite à conversão, um alerta para que façamos o bem enquanto temos tempo, lembrando que amanhã pode ser tarde demais.
O contraste entre os protagonistas é marcante:
- O rico, sem nome, vive em luxo, banquetes e ostentação, mas sua vida é vazia de compaixão e, por isso, sem verdadeira identidade.
- O pobre, chamado Lázaro, cujo nome significa “meu Deus é ajuda”, vive no sofrimento, à porta do rico, ignorado por todos, mas encontra sua consolação definitiva em Deus.
O pecado do rico não foi ser explorador ou desonesto, mas ter ignorado o sofrimento que estava diante de seus olhos. Essa indiferença é a mesma denunciada hoje pelo Papa Francisco, quando fala da “cultura da indiferença”, que nos torna insensíveis diante do sofrimento alheio.
Quantas vezes preferimos manter distância da dor, reduzir o drama humano a estatísticas ou assistir tragédias pela televisão sem nos deixarmos afetar? A parábola de Jesus nos chama a romper com essa apatia e a aproximar-nos do necessitado, como Ele mesmo fez em seu caminho terreno.
Neste Dia da Bíblia, a Palavra nos recorda que Deus tem a última palavra. E Ele nos pergunta hoje: como temos vivido? Temos aberto os olhos e o coração ao próximo? Ou temos nos fechado em nosso próprio conforto?
Que o exemplo de Lázaro nos inspire a confiar em Deus e a não perder a sensibilidade diante do sofrimento humano. Que cada dia seja vivido como uma oportunidade única de amar, servir e fazer o bem.
Paz e Bem!
Frei Mário Tagliari