Dia Mundial dos Pobres 2025
Hoje, no Dia Mundial dos Pobres, somos convidados a refletir profundamente sobre uma mensagem central da fé cristã: o amor de Deus pelos mais vulneráveis. No coração da exortação apostólica Dilexi Te, o Papa Leão XIV nos recorda essas palavras poderosas de Apocalipse: “Eu te amei” (Ap 3,9), um amor que se dirige especialmente aos pobres, aos marginalizados e esquecidos pela sociedade.
Para nós franciscanos, esse chamado ressoa de modo especial. Inspirados por São Francisco de Assis, somos chamados não apenas a admirar a pobreza, mas a vivê-la como caminho de encontro com Cristo. O Papa Leão afirma que o amor por Deus se realiza concretamente quando amamos os pobres. Ele nos desafia a reconhecer que as estruturas de desigualdade, sistemas econômicos que excluem, a lógica do lucro, não são neutras, mas muitas vezes perpetuam a exclusão.
“No rosto ferido dos pobres… vemos o próprio sofrimento de Cristo.” Papa Leão XIV
Além disso, Dilexi Te destaca que a pobreza não tem apenas um rosto material: há também a pobreza da solidão, da indiferença, da perda de sentido. Esse ensinamento nos chama a sair de nós mesmos, a perceber que servir é mais que dar algo, é estar presente, enxergar o outro no seu desamparo, tornar visível o rosto de Deus nos gestos de compaixão. O Papa nos lembra que a Igreja deve ser “uma Igreja que caminha pobre com os pobres”, não como projeto social, mas como missão espiritual.
Finalmente, o documento de Leão XIV nos convoca a uma mudança de mentalidade: uma transformação cultural. Ele afirma que dar esmolas não basta se não houver também denuncia das estruturas que mantêm a pobreza. A fé autêntica, para ele, se manifesta na ação: “todos os membros do Povo de Deus têm o dever de fazer ouvir suas vozes… para apontar e denunciar problemas estruturais”.
Motivação para a semana:
Neste Dia Mundial dos Pobres, convido vocês a praticarem um gesto concreto de amor ousado: organizem, entre amigos uma “oficina de solidariedade”, uma tarde para se reunirem, conhecerem iniciativas locais de apoio a pessoas em vulnerabilidade (como projetos de rua, casas de acolhida, instituições de reinserção) e oferecerem algo real: sua presença, tempo, escuta, talvez uma doação ou voluntariado contínuo. Que cada um possa dizer, em ação: “Eu te amei”, não só com palavras, mas com o coração e as mãos.
Que São Francisco nos guie nesse caminho humilde de serviço e fraternidade.
Um abraço fraterno, repleto de indignação por tanta pobreza…
Por Mari Rogoski
