O Evangelho deste 29º Domingo do Tempo Comum (Ano C) traz uma mensagem muito atual: “É preciso orar sempre e nunca desistir.” Jesus conta a parábola da viúva persistente, uma mulher que não desanima diante da indiferença de um juiz. Ela insiste tanto por justiça que, no fim, é atendida. A atitude dela nos ensina que a fé verdadeira não desiste facilmente.
A oração, diz Jesus, é um relacionamento. Não é apenas pedir algo quando estamos precisando, mas cultivar uma amizade com Deus. Às vezes, parece que Ele demora em responder e isso nos inquieta. Mas o silêncio de Deus é também um tempo de amadurecimento, em que Ele fortalece nossa fé e nos ensina a confiar.
A primeira leitura (Êx 17,8-13) traz a imagem bonita de Moisés rezando com os braços erguidos enquanto o povo luta. Quando ele se cansa, Aarão e Hur o ajudam a mantê-los levantados. É uma cena que mostra como a oração sustenta a vida. Assim também nós precisamos de amigos que nos ajudem a permanecer firmes quando o cansaço espiritual bate.
O salmo deste domingo completa essa mensagem: “Do Senhor é que me vem o socorro, do Senhor que fez o céu e a terra.” Nossa força não vem de nós mesmos, mas de Deus, que nunca se cansa de cuidar de nós.
Na segunda leitura (2Tm 3,14–4,2), São Paulo fala a Timóteo sobre a importância de permanecer firme na Palavra. A oração e a escuta das Escrituras andam juntas. Rezar é conversar com Deus, e a Palavra é a resposta d’Ele ao nosso coração. Quando unimos as duas coisas, nossa fé cresce e se torna viva.
No fim, Jesus faz uma pergunta provocante: “Quando o Filho do Homem vier, encontrará fé sobre a terra?” Essa é uma provocação para nós, jovens. No corre-corre da vida, nas distrações e nas pressões do dia a dia, muitas vezes deixamos a oração de lado. Mas é justamente ela que mantém acesa a chama da esperança e nos ajuda a enxergar sentido mesmo quando tudo parece difícil.
Deus não é como o juiz da parábola, frio e distante. Ele é Pai, amoroso e cheio de compaixão. Às vezes não responde como queremos, mas sempre age com amor. E mesmo quando não realiza nossos planos, Ele nos dá algo maior: a certeza de que nunca estamos sozinhos.
Por isso, o convite deste domingo é claro: não pare de rezar. Mesmo quando o céu parecer fechado, continue. Reze com o coração. Reze com os outros. Reze com fé e esperança. Que, como a viúva da parábola, sejamos jovens insistentes na fé, perseverantes na oração e firmes no amor. Jovens, ensinem as crianças a rezar. O melhor jeito de ensinar é com o exemplo, pela presença, pela constância, pela vida coerente com a fé. Porque rezar não é repetir palavras, é viver de forma verdadeira o amor de Deus no cotidiano.
Que o Senhor nos ajude a nunca desistir da oração e que Ele encontre em nós corações orantes, firmes e cheios de esperança.
Frei Augusto Luiz Gabriel