“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5,3)

Quando eu era criança, ouvia esse versículo das “Bem-Aventuranças”, e me pegava pensando “qual era a ‘graça’ de ser pobre”… Porque os pobres que eu conhecia naquela época precisavam da ajuda dos outros para se agasalhar no inverno (aqui em Curitibanos, bastante rigoroso, seja com roupas, com comidas ou em suas casas), tinham dificuldade de chegar aos lugares sem se embarrar (porque a pavimentação com basalto já era difícil, imagine o asfalto!…), não estudavam muito tempo, não passeavam…

Com o passar dos anos, tive a felicidade de participar do movimento franciscano “Escola em Busca do Ser”; aí, tivemos um espaço próprio para falar especificamente sobre isso.

São Francisco de Assis conseguiu defender com propriedade este jargão: deixou as riquezas do pai, largou o brilho das armaduras e a riqueza dos palácios e a segurança do seu lar para mostrar ao mundo o porquê a “senhora Pobreza” fez desabrochar a sua vocação para amar, pois, através dela, conseguiu vivenciar o amor de Jesus Cristo, a única coisa que para ele fazia sentido na vida – inclusive, ficando com as marcas desse dia.

Acredito que, não à toa, o Papa Francisco, em sua mensagem para a XXIX Jornada Mundial da Juventude, lembrou de falar sobre o exemplo de vida evangélica vivenciado pelo “Poverello de Assis”:

Embora peça desculpas pela longa citação, creio ser pertinente fixarmos nossa atenção em seu conteúdo. Tomei a liberdade de grifar alguns trechos que considerei muito importantes, a fim de facilitarmos nossa reflexão – que acaba se tornando muito ampla, se esmiuçarmos cada um desses tópicos.

O desafio de amar está lançado: seja em casa, no trabalho, na igreja, nas ruas, na comunidade, nos lugares (físicos ou de sentimentos) que nos causam incômodo – em todo lugar, em toda circunstância, a todas as pessoas e a cada uma delas. Já aviso: não será nada fácil! Contemos, ainda com a MISERICÓRDIA do Pai, com a ESPERANÇA a nós trazida pelo Filho e, unidos ao sopro do Espírito Santo em nossas vidas para nos permitirmos nos tornar, a cada dia, os seres do Reino que Deus planejou para a nossa vida desde o início e pela eternidade.


Leila Denise

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