Faltam poucos meses para a COP 30, e o Conexão te convida a começar a refletir sobre a importância desse momento para todo o mundo. Tem muita história envolvida até chegarmos aqui e ainda há muito o que se fazer, inclusive, por nós.
Em 1992, a chamada “Cúpula da Terra” ou também “Eco 92” ou “Rio 92”, aconteceu no Rio de Janeiro e neste evento, um dos documentos gerados foi o chamado “Convenção quadro das Nações Unidas Sobre a Mudança do Clima”, (CQNUMC),também conhecido como UNFCCC (em inglês “United Nations Framework Convention on Climate Change”). Este, que é um dos documentos da ONU que possui maior visibilidade, e que teve a aderência de 165 países do mundo – à época, a totalidade de países existente, hoje temos cerca de 195 – tem o objetivo de estabilizar a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera da Terra a níveis que evitem um colapso com o nosso sistema climático, prejudicial para todos os seres do planeta.
O acordo não continha em si limites de emissão e por isso, também não tinha medidas coercitivas para sua efetividade, mas permitia atualizações que deveriam fazer este papel, o que chamamos de “Protocolos”. Desta forma, anualmente desde então, os países signatários se reúnem uma vez por ano para avaliar as políticas e metas já existentes e para pensarem juntos como avançar, o que conhecemos como COP “. Em linhas gerais, hoje a COP é o fórum internacional principal onde se tomam decisões sobre o clima no mundo.
A primeira COP foi em Berlim. Em 1995, e de lá para cá, muitas aconteceram, protocolos foram firmados, como o protocolo de Kioto e o de Paris. Este ano, a 30ª COP será no Brasil, em Belém. E o que essa conferência tem a ver conosco, cristãos católicos? Bom, falando sobre clima e meio ambiente, e lembrando a encíclica papal “Laudato Si” escrita pelo nosso querido Papa Francisco, em 2015 essa conferência nada mais é do que uma das formas de materialização do que o Santo Padre falecido nos exortou: o cuidado da casa comum.
Devemos estar atentos aos movimentos mundiais sobre o cuidado com o planeta e mais do que isso: também devemos buscar ser atuantes no que diz respeito à implementação de medidas para que efetivamente o mundo, criado por Deus e dizimado pelos homens, possa ser protegido, e a humanidade possa retornar à fraternidade universal tão desejada por Deus desde que pensou em criar para nós um lugar habitável, pelo qual somos responsáveis, onde ninguém ficaria excluído ou seria destruído em favor de interesses egoístas.
Olhar para uma convenção internacional onde os líderes mundiais se reúnem para discutir como o mundo vai caminhar no futuro e como vamos deixá-lo para as próximas gerações, nos dá a impressão de que está distante de nós este tema e que pouco podemos fazer. Mas, ao contrário do que parece, está bem próximo de nós a colaboração para um mundo que possa ser uma casa boa para todos nós. Da consciência ao separar o lixo de nossas casas a fiscalizar o que nossos governantes tem feito para que o mundo se torne um lugar melhor, diversos movimentos podem ser feitos por nós. E é importante buscar saber e entender qual o nosso lugar nessa luta para unir forças com quem já está nessa caminhada.
A COP 2025 no Brasil é uma oportunidade de entendermos melhor como o mundo está caminhando, os mecanismos que temos para melhorar as condições de vida no planeta e como podemos efetivamente ajudar para que, o que anda sendo planejado nesses eventos tenha um bom resultado para todos. Nos próximos meses, vamos conversar mais sobre esses protocolos e sobre a COP, atendendo o comando da Igreja sobre o assunto. Como nos exorta o Papa Francisco: ‘A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. […] Sejamos protetores da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza’ (LS 13). Que este chamado ecoe em nossas ações, hoje e sempre.
Deus te abençoe, paz e bem!
Ana Karenina