A alegria que nunca se esgota vem do menino que está para nascer. Ele traz em seus ombros a marca divina; quis se fazer um de nós, em uma família, experimentar nossa humanidade para nos trazer a salvação e nunca cansa de nos lembrar que está sempre conosco, não importa o que venha a acontecer.
Muitas vezes essa alegria se esvai nas tribulações do dia a dia, nas tristezas, nas saudades de quem hoje já não está conosco, e a dor muitas vezes ocupa o lugar daquele que deseja nascer na manjedoura do nosso coração. É preciso olhos apurados para enxergar o amor que, todos os dias, tenta nos encontrar nas coisas simples, nos sorrisos sinceros, nos detalhes que a dureza do mundo não nos deixa mais perceber. Ficamos tão automáticos que facilmente podem nos confundir com uma máquina, insensível aos toques suaves do Deus-Menino, e não podemos nos deixar perder pelo caminho da insensibilidade.
Perto de encerrarmos o Advento, ainda há tempo de buscar dentro de nós o que falta para que esse menino tenha espaço para nascer: mais do que a roupa nova, uma alma renovada e disposta; mais do que uma mesa bonita, a união da família e o perdão; mais do que presentes materiais, o grande presente que é a alegria da vida nova que pode e quer nascer em cada um de nós.
Que neste Natal possamos redescobrir a alegria que vem da manjedoura de Belém e que todos os dias, na Eucaristia, continua a nos encher de vida. Que possamos nos abrir como as portas do estábulo, com o que importa para o Menino Jesus nascer: a disponibilidade de um coração aberto para transbordar amor. Para nós, parece pouco, mas para Jesus Menino é o suficiente, pois, se Ele veio a este mundo, foi por um único motivo: você!
Um Feliz e Santo Natal!
Ana Karenina