“Para quem está vivo ainda há esperança” (Ecl 9,4)

Nos últimos meses, quando pergunto a meu pai, ao vê-lo, como ele está, ele costuma me responder “estou vivo”, ao que normalmente respondo “isso é uma boa notícia”.

Por mais que eu saiba que o Mal de Alzheimer não tem cura – e, no caso dele, a doença já está em um grau um pouco avançado –, tê-lo por perto, ainda que bastante “desconfigurado”, é um consolo (e uma oportunidade de aprendizado).

Acredito que, para quem convive com alguém doente – seja do corpo, seja da alma –, a máxima do ditado popular “A esperança é a última que morre”, ainda que lugar comum ou clichê, é sempre uma fonte de inspiração para continuar lutando.

Estamos saindo de uma semana onde foram realizadas as eleições municipais por todo o Brasil. Ainda que haja algumas cidades de grande porte que vão enfrentar um segundo turno (o que não ocorre com nenhuma cidade de Santa Catarina), os municípios terão uma nova gestão, seja de um período simples de quatro anos, seja para um novo período de um mesmo gestor.

Por mais que não nos envolvamos com a política partidária, gostemos ou não, essa escolha balizará nossa vida “prática” pelos próximos anos, e, consequentemente, nosso acesso a nossos direitos como cidadãos. Creio não ser exagero que cada um de nós sonhe com a utopia de termos educação de qualidade, saúde que garanta a dignidade da vida de cada cidadão, segurança que preserve especialmente a integridade (física e psicológica) das pessoas e uma economia que garanta até ao cidadão mais desvalido a proteção dos seus direitos fundamentais.

Assim como nossa vida como cidadãos brasileiros, também nossa vida na fé nos convida a celebrarmos o Jubileu Ordinário do ano de 2025. No documento “Spes non confundit” (a Bula de proclamação desse Jubileu), entre os sinais de esperança que o Papa Francisco assinala, estão os jovens – e a eles e sobre eles, o “Francisco de Roma” (como ouvi de nosso bispo nos últimos dias) fala especificamente:

Ainda que estejamos doentes, do corpo ou da alma, permaneçamos vivos, não só como cidadãos em busca de seus direitos e realizações, mas também vivos na esperança da fé; seja como jovens ou para os jovens, mantenhamos o caminho aberto, em nossas comunidades para que a Esperança da Boa Notícia, que o próprio Cristo nos trouxe através da redenção da Cruz, possa nos guiar, cada vez mais, ao Reino do Amor, através da prática da Misericórdia, a cada dia de nossas vidas. 

Mantenhamos acesa a chama da Esperança em nossos corações, e dividamos com o mundo o calor que aquece nossos corações e a luz que essa chama pode gerar para iluminar nossos caminhos!

Coragem!


Leila Denise

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