No dia 07 de setembro de 2024, celebram-se 30 anos do Grito dos Excluídos. Esta é uma data em que a Igreja Católica se une aos movimentos sociais para lançar um olhar sobre os mais vulneráveis: pobres, moradores de periferias, idosos, crianças carentes, negros, mulheres, LGBTQIA+, entre tantos outros. É um momento para reafirmar o quanto essas pessoas são importantes para a sociedade. Mas, afinal, para quem elas realmente importam?
Nessa comemoração de três décadas do movimento, a pergunta que ecoa é: para quem os excluídos realmente importam?
Sob o pontificado do Papa Francisco, com gestos concretos e a publicação de encíclicas que clamam pelo bem comum, ele tem indicado claramente o rumo que deseja para a caminhada da Igreja. Atitudes como a visita a penitenciárias femininas, o gesto de lavar os pés dos excluídos e a encíclica Fratelli Tutti, que nos lembra que somos todos irmãos, apontam para o caminho que a Igreja deve seguir, cada vez mais.
Outro apelo importante do Papa Francisco, desta vez direcionado especialmente aos jovens, foi o lançamento da Economia de Francisco. Este movimento convida os jovens a pensar em um novo modelo de sistema econômico, que rompa com o capitalismo e coloque o ser humano no centro. Isso é fundamental para nós, católicos: COLOCAR O SER HUMANO NO CENTRO.
Quando formos capazes de deixar de lado nosso egoísmo e certezas, e nos dispusermos a nos abrir ao outro, trazendo os EXCLUÍDOS para o centro de nossas vidas, será possível promover uma transformação real. Dessa forma, veremos Cristo no rosto dos pobres, assim como São Francisco de Assis viu no leproso. E assim, responderemos ao chamado de Cristo: estar ao lado dos pequeninos.
O Grito dos Excluídos não termina com os 30 anos de movimento. Ele persiste e resistirá enquanto o poder e o dinheiro estiverem concentrados nas mãos de poucos, e enquanto a liberdade humana for direcionada apenas ao benefício individual, em vez do bem comum.
Mariana Rogoski
Foto de destaque: Agência Brasil