Dia da Mulher: “A mulher bondosa conquista o respeito” (Pr 11,16)

A equipe do “Conexão Fraterna” incumbiu de homenagear as mulheres nesta data tão simbólica e tão amplamente difundida nos dias atuais.

Porém, ao contrário da enorme publicidade e marketing desta data, hoje gostaria de buscar a memória e evocar a presença de todas aquelas mulheres que, ao longo dos séculos, por diversos motivos, não estavam alumbradas pelos holofotes – seja da sociedade, seja da Igreja, seja dos seus próprios lares.

Impensável falar sobre a história da humanidade e, em especial, da história da Igreja sem mencionar a importância da mulher para a que a vida seguisse seu fluxo natural – com os homens ocupando os palcos da vida, fosse nas decisões de matar ou de morrer, de conquistar ou de proteger –, já que vários estudos comprovam que eram as mulheres quem plantavam e colhiam, cuidavam e educavam os(as) filhos(as) e faziam todo o suporte administrativo, psicológico e funcional das casas e das cidades.

Que seria de homens, como Santo Agostinho (e tantos outros que encontramos pela vida), sem as orações de sua mãe, Santa Mônica, que, como tantas, ao longo dos séculos, rezaram incessantemente pela conversão e pelo bem-estar de suas famílias?

Hoje, ainda, vemos os vestígios das atitudes de muitas mulheres que, para possibilitar a sobrevivência de muitos –  e, não raramente, a sua própria –, dedicam parte de suas vidas para cuidar de pessoas que nunca viram, que não sabem quem são nem de onde vêm, colocando à serviço seus bens ou sua força de trabalho, a limpar e/ou ornamentar os lugares para torná-los mais aconchegantes e cheios de carinho, a cozinhar para todos aqueles que não têm o que comer, remunerada ou voluntariamente, a acolher aqueles que têm sua pátria reduzida ao abraço alheio, que fazem questão de fazer a sua parte para um mundo melhor “em segredo” (cfe. Mt 6,4), simplesmente porque acreditam nas causas, nas obras, nos bons sentimentos e no direito de todos à dignidade.

Também o Papa Francisco, durante o seminário por ocasião dos vinte e cinco anos da Carta Apostólica “Mulieris Dignitatem”, escrita por São João Paulo II, nos lembra que a atuação da mulher na sociedade também sofreu algumas alterações com o passar dos anos: “Aprofundastes de maneira particular aquele ponto onde se afirma que Deus confia o homem, o ser humano, de modo especial à mulher (cf. n. 30). O que significa esta «entrega especial», a entrega singular do ser humano à mulher? Parece-me evidente que o meu Predecessor se refere à maternidade. Muitas coisas podem mudar, e com efeito mudaram, na evolução cultural e social, mas permanece um dado: é a mulher que concebe, que traz no seu seio e que dá à luz os filhos dos homens. E este não é simplesmente um dado biológico, mas encerra em si uma riqueza de implicações quer para a própria mulher, em virtude do seu modo de ser, quer para as suas relações, em função da sua maneira de se colocar em relação à vida humana e à vida em geral… perigos sempre presentes… que mortificam a mulher e a sua vocação… reduzir a maternidade a um papel social, a uma tarefa, por mais nobre que seja, mas com efeito põe de lado a mulher com as suas potencialidades e não a valoriza plenamente na construção da comunidade. Isto tanto no âmbito civil, como no contexto eclesial… eu gostaria de ressaltar que a mulher tem uma sensibilidade particular pelas «coisas de Deus», sobretudo para nos ajudar a compreender a misericórdia, a ternura e o amor que Deus tem por nós. Gosto de pensar também que a Igreja não é «o» Igreja, mas «a» Igreja. A Igreja é mulher, é mãe, e isto é bonito. Deveis pensar e aprofundar isto.” (Sala Clementina, 12/10/2013)

A você, fica o convite: agradeça àquelas mulheres que, sem se preocupar com os olhos e holofotes alheios, fizeram sua parte para um mundo melhor, pela simples motivação de tornar o mundo um lugar melhor. A você, mulher, que já faz isso, que Deus a recompense!

Feliz Dia Internacional da Mulher!


Leila Denise

Deixe uma resposta