Posted by As prateleiras de doces
“Naquele tempo, o Espírito levou Jesus para o deserto. E ele ficou no deserto durante quarenta dias e aí foi tentado por Satanás.” (Mc 4, 12-13).
Neste fim de semana, estamos celebrando o primeiro domingo da Quaresma do Senhor. No Evangelho, nos é proposto meditarmos sobre a tentação de Jesus no deserto. Quaresma é o tempo do deserto! Mas por que Jesus foi tentado no deserto? O que tem no deserto além de camelos e areia?
Parece que nada! Então, por que o deserto é o tempo da quaresma? Porque o deserto na Sagrada Escritura tem um significado profundo de encontro com Deus. O deserto é um lugar hostil, sem nada, e de igual modo é a nossa vida aqui – hostil, sem nada. Porém, é quando nos sentimos sem nada que percebemos que temos tudo: Deus! O deserto é lugar de Deus, justamente, porque no deserto não há nada que atrapalha para achar Deus. E é justamente nesse lugar de nada, onde nos encontramos sozinhos que somos tentados.
Já percebeu que a maioria dos nossos pecados cometemos sozinhos, se escondendo de algo? Justamente porque é no deserto que a tentação vem, os pensamentos ruins vem, as maquinações do mal acontecem. Eva estava sozinha quando foi tentada pela serpente. Nosso Senhor Jesus Cristo também estava sozinho quando foi tentado, justamente, para mostrar para nós que é lá no deserto que precisamos vencer as tentações. É no deserto que precisamos romper com o mal e achar a Deus. Imaginemos que estamos fazendo um regime e entramos numa padaria cheia de doces. Parece que aqueles doces ficam falando para nós: “Nos compre… eu sou ‘gostosinho’ “, e você fica tentado a comprar aqueles doces. Porém, você precisa romper com as tentações, fechar os olhos e não comprar o doce. Mas como fazer isso?
Desviar o seu olhar daquilo que seduz (no caso as prateleiras dos doces) e colocar o seu olhar naquilo que é essencial (o seu regime). Mesma coisa para Deus, entrar no deserto, desviar o olhar daquilo que é tentação e focar o seus olhos em Deus. Façamos desse tempo da quaresma um tempo de desviar o nosso olhar dos “doces” e focar o nosso olhar em Deus. Paz e Bem!
Frei Jhones