Desde que o mundo é mundo, que ouvimos falar das guerras que maltrataram a humanidade. Porém, acredito que esta geração, a nossa, nunca havia experimentado ver, em tempo real o que se passa de verdade em um conflito armado.Os textos dos livros de história parecem ter criado vida e andam se repetindo, diante dos nossos olhos através das redes sociais, por aqueles que vivem o terror da iminência da morte.
O conflito entre Israel e o Hamas, apesar de ser bem antigo, nos trouxe uma forma moderna de terror, sem exageros: assistir em tempo real um bombardeio e ver as suas consequências nos corpos dilacerados, nas crianças assustadas, na cidade destruída, na tentativa insana de destruição total de uma população.
É difícil em um mundo polarizado falar sobre um conflito que em quase 80 anos só reduziu o povo palestino. E não é preciso ser israelenses, árabes ou descendentes ( meu caso), para sentir a dor dessa guerra insana; a proximidade que a internet trouxe nos faz querer estar perto, amenizar a dor e estar junto, fazer alguma coisa. Os números não deixam dúvidas de quem sempre sofreu mais nessa situação: mais de 11.000 palestinos mortos, e 1.200 israelenses até o momento (CNN Brasil). Mas, inegável que todos sofrem confirme a sua realidade, pois por mais poder ou condições bélicas que se possa ter, a insegurança por si e pelos seus nunca sai da cabeça e do coração. Afinal, estamos falando de seres humanos, pessoas, filhos de Abraão, filhos de Deus, todos iguais perante este Pai, que diferente de nós, não faz diferença entre nenhum de nós.
E no meio de tanta informação, tanta dor e revolta nessa realidade tão sofrida, podemos escolher um lado ?
Hoje, mesmo com o coração doendo e também ferido, o único lado que podemos escolher é o da busca do entendimento e da paz e da justiça. Não há paz na busca da vingança; nem a justiça é vingança; nem há paz na busca da “paz” que mata o meu irmão, por que não faz parte do meu povo, nem do meu país ou religião, por que é considerado um ser inferior.
Não pode haver paz assim. O máximo que pode haver é um silêncio hipócrita e criminoso. A paz não passa pela violência, definitivamente, mas pelo amor que nos faz ver no próximo alguém que merece viver tão ou melhor do que nós. Que vê o outro como parte de nós mesmos.
Devemos aprender com o que a humanidade já viveu. “Lembrar para não se repetir”, é uma campanha da ONU que pede ao mundo que cada lugar reflita sobre suas memórias, políticas, culturais, históricas, para que não se repitam atrocidades já cometidas pela humanidade, como por exemplo, o Holocausto, o extermínio de judeus por Adolf Hitler na segunda guerra mundial, o pior massacre de pessoas da história atual.
Aos que decidiram seguir a Jesus, é preciso olhar e agir diferente nesse turbilhão de informações. A busca da paz e da justiça deve sempre estar diante dos nossos olhos, mesmo que nos custe, pois nada é mais caro que a vida e merece ser protegida e cuidada sempre. Assim como esteve com Francisco que foi até o fim, instrumento da paz que o mundo ainda não conhece, mas que pode conhecer através de cada um de nós.
Somos chamados a ser instrumentos da paz, da justiça e da mudança. Que ao olharmos para este e tantos conflitos que existem pelo mundo, possamos enxergar a esperança que trás as armas abaixadas e as mãos unidas, na certeza de que somos muito maiores do que toda desavença, ódio e rancor.
Que Deus abençoe você!
Ana Karenina