Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher: respeito e dignidade é o que precisamos!

Neste dia 10 de outubro é o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher. A data foi criada em 1980 para lembrar do óbvio: o respeito que precisamos, que merecemos e que a  constituição nos garante. E digo assim, óbvio, por que todos sabem o que se deve fazer, mas alguns ainda insistem em persistir no erro que leva até situações de extremos desrespeito e violência.

A todo momento, infelizmente, vemos mulheres sendo desrespeitadas, seja pelo mercado de trabalho, com falta de igualdade de oportunidades e salários, seja na mercantilização dos nossos corpos, na jornada dupla, tripla de trabalho e etc., pelo simples fato de sermos mulheres. 

Em 2021, eu escrevi aqui no blog um outro texto (dá uma olhadinha lá ), falando também sobre a violência contra a mulher; e revisitando esse texto agora em 2023, pensando nesta data, a situação só piorou. A olhos nus, todo dia quando ligo a TV aqui no Rio de Janeiro, sem nenhum exagero, é noticiada a morte de uma mulher pelo seu companheiro ou pessoa de confiança, sem falar em outras violências. É chocante para mim, todas as vezes, por que em todas elas a forma de matar sempre é impregnada de muito ódio, tendo em vista os mecanismos utilizados, como tortura, facadas, etc. E olhando as pesquisas sobre o tema, só confirmo o que vejo: a cada dia, seis mulheres morrem pelo simples fato de serem mulheres, o que torna em números palpáveis 1.400 mulheres assassinadas em 2022, ano que essa estatística bateu o recorde no Brasil (Monitor da violência/ FBSP ).

As leis propostas para diminuir a violência de gênero contra a mulher, e por sinal, bem feitas em sua maioria, como a Lei Maria da Penha, ainda não são eficazes para reduzir esses números, nem que seja por temor da justiça. A resposta talvez esteja na inferiorizacão da mulher como sujeito de dignidade e direitos.

A inferiorizacão de gênero é um câncer em nosso país. Não é a roupa, não é o lugar; ser mulher já nos dá quase que uma sentença de morte em nossos dias, e se não é a morte física, é a moral, a psicológica, a social ou patrimonial. A cultura machista e sexista que está instalada em nosso país leva sempre a diminuição da mulher como sujeito de direitos e de dignidade; é como se as nossas vontades estivessem sempre que estar submissas a alguém.  Mas não é bem assim; Deus nos criou iguais, e merecemos respeito e dignidade em todos os momentos, e é preciso estar atento e lutar para que as próximas gerações exterminem essa segregação de gênero que mata.

É de agora, com nossas crianças e jovens que podemos mudar essa história, a nossa história enquanto nação, que trata a todos igualmente e com respeito. 

É de agora, olhando com cuidado ao nosso redor e ao perceber qualquer tipo de violência, alertar, denunciar, trazer as claras, não só com outras, mas também conosco; não se permita ser violentada de nenhuma maneira. Traga as claras sempre qualquer tipo de violência. Não se cale. Não podemos e acho mesmo que esse é  o único direito que não temos, de nós calar. Por você, por mim, por todas. A dor de uma denúncia que possa acabar com uma relação, seja qual for, é muito menor do que a dor de ser menos do que aquilo que Deus nos criou para ser: grandes colaboradoras da sua criação. Que não nos permitamos ser menos que isso. E quem está ao redor, permitam que sejamos tudo que podemos ser. É nosso direito.

Que possamos ver em Cristo, o nosso maior exemplo de igualdade de gênero colocada em prática. Ele que defendia e valorizava as mulheres em seu tempo tão segregador, possa nos ajudar a entender o valor de todas e todos sem distinção. E que São Francisco, nosso pai, interceda para que a face desse Jesus por ele tão amado possa se refletir em nós, como um espelho de acolhimento, força e coragem. 

Deus te abençoe!


Ana Karenina Cunha

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