“O homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”

Estimados irmãos e irmãs, Paz e Bem! 

Chegamos ao 4º Domingo da Quaresma, também conhecido como Domingo da Alegria. É uma antecipação do júbilo pascal que estamos prestes a celebrar.

A primeira leitura do Livro de Samuel (16,1b.6-7.10-13a) nos apresenta um acontecimento: a unção de Davi que é um fato importante na história do povo de Deus. Samuel acreditava que seria Eliab o escolhido, mas o Senhor explica que Ele “não julga (não escolhe) segundo os critérios do homem, pois o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração”. Os critérios de Deus são outros, a lógica é diferente! Ele escolhe os últimos, os esquecidos. Samuel entendeu a lição, tanto é que ele não permitiu que se sentassem a mesa, enquanto todos não chegassem. 

E nós, quais são as nossas escolhas? Temos coragem de sentar  à mesa do banquete da vida enquanto os últimos estão ausentes? A Campanha da Fraternidade deste ano nos recorda sobre o tema da fome e, a quaresma é um importante momento para que nossas atitudes possam ser novas, diferentes…bem como as nossas escolhas.

Na segunda leitura da Carta de São Paulo aos Efésios, o apóstolo Paulo nos mostra a incompatibilidade entre as trevas e a luz, entre o sono e o estar acordado, entre o segredo e a denúncia. Pelo batismo, nós passamos das trevas para a luz. Paulo diz que ser luz é dar frutos em bondade, justiça e verdade. Por isso, ser luz do Senhor pressupõe que rejeitemos toda espécie de atitudes obscuras, suspeitas e que envolvam egoísmo, injustiça, mentira. Vale destacar que Paulo pede que a comunidade de Efésios seja luz, visto que a sociedade em que viviam os destinatários da carta era marcada por ídolos disfarçados de deuses, onde a injustiça e mentira corriam solta, passando como bem. Por isso, a passagem do (v.13): tudo o que é desmascarado é manifestado pela luz. Peçamos a luz de Cristo, nosso Pastor (salmo), para que nossas escolhas sejam certeiras e para que não caiamos na lábia dos que pregam a maldade e a mentira. Sejamos luz na vida do irmão, através de pequenas atitudes e gestos.

O Evangelho de João (9,1-41), nos apresenta mais um sinal de quem é Jesus. Este sinal é o sexto que encontramos no Evangelho de João e tem por finalidade dar a conhecer quem é o Messias, provocando nas pessoas uma decisão: segui-lo ou negá-lo.

Entre tantos aspectos, dois chamam a atenção neste evangelho: o tema da luz e da fé. Jesus encontra-se com o cego, aproxima-se, toca nos seus olhos com a lama e pede que ele se lave em Siloé. Ele assim o fez e voltou enxergando. Quando as pessoas lhe perguntam quem foi que o curou, ele não sabe como responder.

Aos poucos, o cego curado reconhece Jesus e seus olhos vão se abrindo para a fé. Primeiro ele diz: “aquele homem que se chama Jesus” (v. 11); depois, que Jesus é um profeta (v. 17); em seguida, que é o Cristo (v. 22), é um homem de Deus (v. 33), é o Filho do homem (v. 35) e, finalmente, que é o Senhor (v. 38).  Por um lado, enquanto o cego se abre à luz de Cristo, os fariseus se fecham em seus rigorismos e cegueira.

Caros irmãos e irmãs, a exemplo da fé do cego de nascença, somos convidados a abrirmos nossos olhos para a luz de Cristo. Como batizados devemos ser testemunhas da luz que recebemos.



Abraço fraterno,

Frei Augusto Luiz Gabriel, OFM.

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