Desejem e busquem as minhas palavras e vocês serão instruídos

O ano de 2022 chegou ao fim, mas trouxe, juntamente com o início de 2023, alguns motivos para pararmos, analisarmos e reprogramarmos nossos passos daqui pra frente.

Assim como a finitude do ano que se despede, nesta virada tivemos vários motivos para repensarmos nossos valores e como os aplicamos em nossa vida cotidiana.

Não bastasse a mudança determinada pelo resultado das urnas – que aqui não é o lugar nem o momento para se analisar –, nos deparamos com a despedida entre nós de duas pessoas que tiveram grande importância e influência na nossa história.

Sou uma fã incondicional do bom futebol – e também não é hora de falarmos de escudos e bandeiras –, e várias foram as vezes que vi e ouvi meu pai discorrer sobre a genialidade de Pelé no gramado. Nem vou me prender aos adjetivos a ele atribuídos como jogador. Gostaria, sim, de trazer presente um sentimento que, ao longo dos anos, vi Pelé espalhar por onde ele passou: Esperança (assim mesmo, com letra maiúsculas).

Esperança de um mundo melhor, repleto de bons sentimentos, onde quem se sentia invisível aos olhos do mundo “que importa” estampava nas pupilas o sonho de poder viver com dignidade. Esperança traduzida na entrevista após fazer seu milésimo gol no Maracanã, pedindo que se cuidasse das crianças.

Também, no final do ano, foi a vez de partir de Joseph Ratzinger, mais conhecido e popularizado como Papa Bento XVI. Como deixar de lembrar que ele era considerado um dos maiores conhecedores dos ensinamentos de Jesus Cristo? Há quem diga que seu papado foi um período de esperança através do resgate do que é mais tradicional na Igreja, onde os ensinamentos da fé foram mais firmemente vivenciados.

Independente dos motivos que levaram Bento XVI a renunciar a seu papado, até este ato por ele praticado nos trouxe Esperança: a nós chegou um novo Francisco, nosso Pastor.

Este Francisco que conosco convive fala com frequência da Esperança, que define como “a menor das virtudes, mas a mais forte. E a nossa esperança tem um rosto: o rosto do Senhor ressuscitado” (“Angelus” de 15/11/2015); “É a mais humilde das três virtudes teologais, porque fica escondida. A Esperança é um risco, uma virtude, como diz São Paulo, de uma expectativa fervorosa pela revelação do Filho de Deus. Não é uma ilusão” (Homilia de Santa Marta, 29/10/2015); “É uma virtude que nunca desilude… de todos os dias porque é um encontro. E todas as vezes que encontramos Jesus na Eucaristia, na oração, no Evangelho, nos pobres, na vida comunitária, damos mais um passo em direção a este encontro definitivo”

(Homilia de Santa Marta, 23/10/2018

Iniciamos 2023 pranteando essas duas figuras públicas que, cada um a seu modo, trouxeram traços de Esperança a um mundo sedento de gestos práticos do Amor e da Misericórdia pregados por Jesus Cristo.

“Voltamos” a ter uma Igreja com um só papa. Temos no “céu da glória esportiva” nosso “Atleta do Século XX”.

E 2023 segue seu curso…

Por falar nisso, onde ou em que está firmada a sua Esperança neste ano de 2023?

Feliz 2023!

Leila Denise

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