Uma data festiva da Igreja com a qual convivo desde criança (e com um significado especial para muitos de minha família) é o “8 de dezembro”, dia da “Imaculada Conceição de Maria”, padroeira não só da paróquia que participo, como de nossa Província Franciscana.
Coloquei, especialmente, desta forma porque, para muitos, é comum pensar que essa data tem especial ligação com o nascimento de Cristo; porém, tem ligação direta com o nascimento de Maria.
A data de 8 de dezembro é nove meses anterior à festa da Natividade de Maria, comemorada em 8 de setembro. Não sabia tanto quanto imaginava sobre o tema… ainda bem que a internet sempre contribui para minorar nosso desconhecimento, se soubermos onde procurar…
Nessas buscas, descobri que há referências muito antigas, algumas anteriores ao século X, sobre ambas as festas, com origens das mais diversas. Mas a data da “Imaculada Conceição de Maria” se efetivou sem dúvidas quando, em 08 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX publicou a Bula intitulada “Ineffabilis Deus” (“Deus Inefável”), onde proclamou o dogma da Imaculada Conceição.
Lendo o que encontrei, fiquei pensando que Deus, após o “pecado original” de Eva, não tinha nada, nem ninguém tão precioso e puro que pudesse gerar seu Filho, aquele que teria a responsabilidade de nos trazer a Salvação.
Entre tantas referências, há relatos que os pais de Maria, Joaquim e Ana (segundo a tradição, ele da tribo de Davi, e ela da tribo de Aarão), por muitos anos, não tiveram filhos, pois Ana era estéril. Naquela sociedade, a esterilidade era considerada um castigo divino. Era algo tão arraigado que Joaquim quis levar seu sacrifício ao templo em um dos dias de festa, e o Sumo Sacerdote não quis aceitá-lo, por considerar Joaquim indigno por não ter filhos.
(Abro parênteses agora para pensar junto com vocês: depois de todos os ensinamentos de Amor e Misericórdia que Cristo nos deixou, isso ainda acontece hoje, e pelos mais diversos motivos excludentes…)
Foi esse ambiente desejoso de filhos, repleto de amor e com uma família obediente aos ensinamentos da Lei, que foi reservado por Deus para que Maria fosse concebida.
(Novamente abro um espaço para pensarmos juntos: desta vez, em todos aqueles que querem gerar vida – seja no sentido literal da palavra, seja semeando boas ideias e sentimentos, seja trabalhando pelo Bem Comum – e conseguem realizar esse sonho…)
Mas para ser o “Primeiro Sacrário Vivo”, era “apropriado” que Maria fosse concebida sem pecados, tendo uma “Imaculada Concepção”. As diferenças na escrita vieram com as traduções e adaptações das línguas ao longo dos anos.
Particularmente, considero inspirador que a concepção de Nossa Senhora se dê durante o Advento (tempo de preparação na Igreja para o nascimento do Cristo): somos convidados a preparar nossos corações para a chegada do Menino Deus, mas também a nos conservarmos, dentro de nossas possibilidades e propósitos humanos, puros de coração, para que possamos carregar dignamente este Salvador prometido por Deus após a “expulsão do Paraíso” e tão radiante e simplesmente trazido a nós, passando pela experiência humana através do ventre daquela mulher escolhida pelo Criador para gerar a maior expressão do Amor e da Misericórdia de toda a Criação…
Mudando de “prosa” sem sair do assunto… E como você está se preparando para este novo nascer do Cristo em nós?
Leila Denise
Links de referencia:
https://pt.aleteia.org/2016/09/08/como-a-igreja-sabe-o-dia-do-nascimento-de-maria/, acessado em 24/11/2022
https://comshalom.org/8-coisas-que-precisa-saber-sobre-imaculada-conceicao/, acessado em 24/11/2022