“Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. De fato, a luz da fé possui um caráter singular, sendo capaz de iluminar toda a existência humana”
(Lumen Fidei, 4)
Irmãos, no último texto deste mês de outubro, quero partilhar com vocês sobre este tema: “Precisamos permanecer na verdadeira fé”. E com as palavras do Papa Francisco quero perguntar: Como está sua fé? Ela está fortificada em Cristo Jesus?
Antes de provocá-los vamos ler:
Senhor, a quem iremos?
Todos sabemos que a fé cristã não é um aspecto central da cultura contemporânea, e “acontece não raramente que os cristãos se preocupam mais pelas consequências sociais, culturais e políticas do seu compromisso, pensando que a fé seja um pressuposto óbvio no viver comum” (Pf 2). O nosso ambiente é marcado por formas de indiferença religiosa, pela sedução de um sagrado à medida do homem. Esta realidade leva muitos homens e mulheres a um “crer” sem pertença, fechados na solidão da própria vivência religiosa.
Na fé assume, assim, sempre maior importância o aspecto da decisão pessoal de aceitar o chamado a seguir Jesus Cristo, pondo a confiança n’Ele e nutrindo-se da sua Palavra. É quanto põe em evidência também o Evangelho de João (Jo 6,60-70), quando apresenta os desafios da Palavra e faz emergir a dificuldade dos discípulos diante das afirmações de Jesus: “as palavras que vos disse são espírito e vida. Mas há alguns de vós que não creem” (Jo 6,63-64). Também nós, como tantos irmãos nossos e comunidades nossas, vivemos problemas de fé.
O Evangelho revela que alguns, embora pertencendo ao grupo de Jesus, vivem sem ter fé em Jesus, fazendo oposição ao seu espírito e à sua vida. De fato, a crise no interior da comunidade cristã se joga sobre esta questão: crer ou não crer em Jesus. O fato que “a partir desse momento muitos de seus discípulos voltaram atrás e já não andavam com ele” (Jo 6,66) é um modo para entender quem são os verdadeiros seguidores de Jesus.
Rumo a uma geração hiperconectada
As jovens são hoje caracterizadas pela relação com as modernas tecnologias de comunicação e com o “mundo virtual”. Com efeitos muito reais esses meios oferecem possibilidades de acesso à uma série de oportunidades que outras gerações não tiveram e ao mesmo tempo apresentam riscos. A falta de experiência para as relações devido ao imediatismo tecnológico, estruturam a concepção de um mundo que não acompanha a realidade das relações interpessoais e com isso sofre as ações pastoras. (Doc. Da Igreja 33, Os jovens, a fé e o discernimento vocacional)
A inovação social exprime o protagonismo positivo que evidencia a condição das novas gerações. Estás marcadas também pela falta. Nos plurais ciclos jovens é comum esse sentimento de falta. Seja ela a falta de personalidade e sentimentos, a falta de responsabilidade e planejamento, e também a falta de fé.
São Francisco, na Regra não bulada, exorta a permanecer na verdadeira fé: “humildemente rogamos e suplicamos para que perseveremos todos na verdadeira fé e penitência, porque de outra maneira ninguém pode salvar-se” (Rnb 23,7).
A fé do nosso Pai Seráfico e sua fidelidade ao Evangelho, faz acender nossos corações e isso nos faz jovens que precisam ser e fazer a diferença, ser a presença consciente na construção do reino.
Torno a perguntar. Como está sua fé? Ela está fortificada em Cristo Jesus?
Não tenham medo de assumir os compromissos que a fé nos implica. Francisco nos convida a perseverar na fé e a crer de verdade e humildemente no ressuscitado. O sumo bem!
Paz e Bem. Um abraço fraterno!