O mês de outubro, nas datas comemorativas da Igreja, é muito rico, nos traz muitos motivos de alegria, cultivo e meditação. Nesta oportunidade, desejo ressaltar que outubro também é o Mês Missionário.
E isso se dá de uma maneira muito especial: o mês já inicia com a comemoração da Padroeira dos Missionários, Santa Teresinha do Menino Jesus. Ainda que ela jamais tenha saído em missão (o que era um ardente desejo de seu coração), suas orações eram especialmente direcionadas aos missionários.
Também em outubro, não há como esquecer da festa de São Francisco de Assis, nosso Pai Seráfico, que tanto contribuiu com as missões realizadas pela Igreja, não só por sua atuação – inclusive junto ao sultão Malek al-Kamel – como também pela dos frades que, mundo afora, seguem seu exemplo e vivenciam o Evangelho.
Assim como alguns santos, também Maria atuou de forma missionária, e com certeza, os títulos “do Rosário” e “Aparecida” também nos lembram que, advogada nossa, sua presença e ação se fizeram ouvir em vários recantos proclamando a Boa-Nova que seu Filho nos preparou.
Mas é a você, missionário(a) da Igreja de hoje, que, com certeza, o Papa Francisco escreveu a mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, que tem como tema “Não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos” (At 4,20) – porque só pode ser missionário(a) quem realmente vivenciou (viu e ouviu, processando em sua mente e em seu coração) a mensagem que o próprio Cristo nos ensina.
Aconselho a todos que, se possível, leiam todo o texto (disponível em https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/missions/documents/papa-francesco_20210106_giornata-missionaria2021.html ), mas gostaria de aproveitar este espaço para destacar alguns trechos:
– “Ninguém é estranho, ninguém pode sentir-se estranho ou afastado deste amor de compaixão.”
– “O próprio ardor missionário nunca se pode obter em consequência dum raciocínio ou dum cálculo. Colocar-se ‘em estado de missão’ é um reflexo da gratidão.”
– “(o Ato dos Apóstolos) É o livro que mostra como o perfume do Evangelho se difundiu à passagem deles, suscitando aquela alegria que só o Espírito nos pode dar.”
– “Neste tempo de pandemia, perante a tentação de mascarar e justificar a indiferença e a apatia em nome dum sadio distanciamento social, é urgente a missão da compaixão, capaz de fazer da distância necessária um lugar de encontro, cuidado e promoção. ‘O que vimos e ouvimos’ (At 4,20), a misericórdia com que fomos tratados, transforma-se no ponto de referimento e credibilidade que nos permite recuperar e partilhar a paixão por criar ‘uma comunidade de pertença e solidariedade, à qual saibamos destinar tempo, esforço e bens’ (Fratelli Tutti, 36).”
– “O tema do Dia Mundial das Missões deste ano é um convite dirigido a cada um de nós para cuidar e dar a conhecer aquilo que tem no coração. Esta missão é, e sempre foi, a identidade da Igreja: ‘ela existe para evangelizar’ (Evangelii nuntiandi, 14)”.
Para ser missionário (principalmente dessa missão da compaixão que o Papa Francisco nos fala) não é necessário fazer um voo de 13 horas sem escalas, ou pegar um ônibus com destino ao outro lado do Brasil; às vezes, a missão na qual somos esperados (e necessários) é aquela que está na peça ao lado do nosso quarto, no andar do nosso trabalho, na rua da nossa escola… E a missão, às vezes, pode ser apenas o acolhimento com um sorriso bondoso daqueles que estejam ao nosso redor…
E como você responderá a esse convite do Dia Mundial das Missões?
Abraço fraterno,
Leila Denise.