Frei Marcelo Tadeu: Um milagre de Deus

Olá, galera do Conexão! 

Paz e Bem!

Neste mês, o Conexão Convida traz um testemunho de alguém muito especial para nós. Alguém que venceu a Covid-19 e tem uma bela história de superação para nos contar e aquecer nossos corações em tempos de desesperança. Frei Marcelo Tadeu, passou mais de 60 dias entubado, e experimentou o milagre de Deus que passou pelas mãos e fé dos irmãos.

Seu relato é uma prova do grande Amor de Deus por cada um de nós, e também é um alerta. Segundo ele, é preciso cuidar de nós mesmos e dos que estão ao nosso redor, pois somente assim, venceremos juntos este tempo tão difícil. Preparados para conhecer esta história? Vem com a gente!

STALKEANDO

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Instagram: @freimarcelotadeu

Nome:  Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso

Profissão: Religioso franciscano

Música preferida: Noite – Banda Dead Fish

Filme/Série: Cobra Kai

Livro: Subida ao Monte Alverne de Dom Henrique Trindade, OFM

Personalidade inspiradora: São Francisco de Assis

Pensamento: “Se alguém quiser vir após mim tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24)


Olá Frei, seja bem-vindo ao Conexão Convida! Pode se apresentar?

Meu nome é Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, sou natural de São Paulo e sou um frade estudante do Tempo de Filosofia, da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Frei, nós acompanhamos a sua luta pela vida e contra o Covid-19, pode contar pra nós como foi esse processo?

No dia 12 de abril deste ano, fui diagnosticado como positivo para o vírus da Covid-19. Na semana anterior, desde a terça-feira (6) estava sentindo dores no corpo e muito cansaço. Por conta disso, fiz o exame no dia 10, sábado, e por não ter havido melhora, procurei atendimento médico no dia 12, quando foi confirmada a presença do vírus e baixa saturação de oxigênio no sangue, nesse momento senti o mundo parar e subiu um frio na espinha.

A partir desse resultado, já fiquei internado na própria UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para receber oxigênio e a medicação adequada, até ser transferido para algum hospital. Graças a Deus, no mesmo dia fui transferido para o Hospital do Rocio, que é a referência para o tratamento da Covid-19 e a partir daí começou a grande batalha pela vida.

Após alguns dias de internação e por não ter havido melhora, fui transferido para a UTI, onde fui entubado e sedado. Imaginei que ficaria nesse setor por poucos dias, 15 dias no máximo, porém fiquei lá por 60 dias. Após a cura do Coronavírus, fui acometido por algumas bactérias muito resistentes. Isso sem contar que a recuperação dos pulmões foi lenta e gradual, sendo necessário o uso de respirador e de cuidados muito específicos.

Imagem que retrata o dia em que Frei Marcelo recebeu alta. Fonte: franciscanos.org.br

Frei Marcelo, lembro de recebermos boletins hospitalares seus durante esse período, houve uma mobilização de oração muito forte, certo?

Durante esse período de internação, foi formada uma grande legião de intercessores. Desde os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, da qual faço parte, frades de outras províncias e custódias, padres de diversas partes do país e, amigos diversos e principalmente, um grupo de meus familiares e amigos que iniciaram a reza diária do terço e ainda hoje continuam com essa corrente de oração.

Nesse tempo em que fiquei hospitalizado, recebi também  apoio espiritual da Capelania Elo do hospital e do Frei Samuel Ferreira de Lima (mestre dos frades do Tempo da Filosofia), este se dirigia diariamente ao hospital para receber os boletins médicos e quando possível visitava o leito onde eu estava.

Deus esteve presente, isso muda tudo, né?!

Não tenho dúvidas – médicos e amigos também não – a cura dessa enfermidade foi um milagre de Deus, fruto dessa imensa corrente de oração e de sua misericórdia, porque tanto o vírus, quanto a bactéria atacaram fortemente o meu organismo e corri risco de morte algumas vezes.

Frei Marcelo durante alta do Hospital do Rocio. Fonte: franciscanos.org.br

Frei, agora sobre a questão de não levarem a sério a Covid, houve muito descaso para com a doença, o que você, como sobrevivente da Covid, pode nos relatar?

Infelizmente, a polarização e os diversos interesses têm afetado a relação com essa doença, muitos ainda não acreditam nela ou a menosprezam, outros ainda desenvolvem síndromes, traumas e têm medo de saírem de suas casas e serem contaminados. Os extremos nunca são bons, mas sempre é bom reforçar a necessidade de redobrar os cuidados com a higienização das mãos, uso de máscaras e também tomar a vacina, como uma maneira de prevenção. Atualmente com a vacinação contra a Covid-19 ocorrendo em todo o país, os casos vêm caindo, uma pena que mesmo elas, as vacinas, também se tornaram alvo de disputas políticas e da terrível polarização, simbolizando conflitos, desconfiança e medo para alguns menos informados. Algo que não deveria acontecer, porque essa pandemia afetou praticamente todos os países do mundo e eles querem sua população imunizada para que tenham saúde e, consequentemente, suas economias voltem a funcionar. Isso sem contar na extrema necessidade que o ser humano tem de se sociabilizar, de encontrar-se com o outro que foi suprimido para evitar a propagação do vírus.

E como está a sua recuperação?

Desde que saí do hospital, no dia 25 de junho, tive algumas sequelas e feridas, entre elas a dificuldade de movimentação dos membros superiores e inferiores. Por conta disso, estou fazendo a recuperação na Fraternidade São Francisco de Assis, em Bragança Paulista, em São Paulo, que tem por missão o cuidado da saúde de frades idosos e enfermos. Este convento é uma casa completamente adaptada e preparada que conta com uma equipe de profissionais de saúde dedicados em cumprir a sua missão com maestria. Atualmente, já consigo caminhar um pouco com um andador e a cada dia estou me recuperando mais e mais para poder voltar a rotina na fraternidade de origem, o Convento Franciscano São Boaventura, em Campo Largo no Paraná.

Frei, pode nos deixar um recado para os leitores do Conexão Fraterna?

Vendo esse grande milagre que Deus operou na minha vida, posso dizer que esse vírus da Covid-19 não é uma gripe forte ou fraca, é algo que ataca cada organismo de diferentes maneiras e que não pode ser menosprezado. Agradeço imensamente a todos os que rezaram e rezam por mim, meus familiares, amigos, confrades, companheiros de fraternidade, equipe formativa, estendo essa gratidão aos profissionais do Hospital do Rocio que em momento algum desistiram de mim. Que Deus abençoe a quem ler essas palavras e se cuidem.

Frei, nós agradecemos imensamente sua participação nesta entrevista. Vamos continuar nessa corrente de oração e conscientização! Que Deus te abençoe muito e que esse milagre seja compartilhado.


Um abraço gente, Paz e Bem!

Ana e Vitória

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