A coluna “Matérias Especiais” de hoje apresenta uma releitura da passagem: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e ao próximo como a ti mesmo”, do evangelista São Lucas (10,27).
O amor que se evidencia como primeiro é amar por igual o Senhor Deus que transparece e revela a Santíssima Trindade através de três pessoas. Teu Deus, Teu próximo e a Ti mesmo, pois também somos Filho e Deus nos faz morada.
Quando passamos a ter esse entendimento vemos no outro e em nós mesmos a presença de Deus, assim como nos pequenos e injustiçados. “Pois eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar”.
É nestas santas palavras que o carisma franciscano faz anúncio, justifica seu encontro no outro, não vai ao irmão por caridade mas por máximo entendimento do amor. Amor este que é tão importante, mas que justamente nele padecemos por aporofobia, racismo, xenofobia, homofobia, intolerância religiosa e todo e qualquer julgamento que se verifica por desencontro com o mandamento primeiro do Senhor.
Quero também aqui ressaltar agora sobre a expressão “A ti mesmo”. O amor próprio também é negligenciado, vivemos, hoje, uma pandemia que nos obrigada a interiorizar e nos deparar com o eu que vivencia frustrações, desilusões, problemas psicológicos, que resiste a pressões sociais, corporais, como se não fosse obra prima divina. É necessário valorizar nossos sentimentos, naturalizar nossos corpos, aceitar como somos. Que saibamos buscar auxílio e que possamos nos entender como parte igual no amor de Cristo tal qual somos. Que possamos entender e transmitir a mensagem prescrita como prioridade que Deus lhe deu. Amém? Amém!
Fraternalmente, Vitória Colussi