“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro”.
No Evangelho deste domingo, vemos a narração da Ressurreição de Jesus. Hoje é Páscoa, a passagem da morte para vida. Jesus venceu, nos livrou da morte eterna e nos deu o Céu, como a nossa morada definitiva. A partir disso, proponho que durante os domingos pascais meditemos sobre a vida nova que Cristo no deu. Para isso, usarei um termo que é o título do livro de Santo Ambrósio, chamado: Hexamerão.
O Hexamerão é uma referência do gênero literário teológico que narra sobre os seis dias que Deus criou o mundo. Com Cristo, Ele recriou o mundo. Desse modo, a partir de Cristo houve um novo Hexamerão, ou seja, houve uma nova criação. No Evangelho, já percebemos isso, pois assim começa a narração: “No primeiro dia da Semana…” Lá em gêneses, no primeiro dia Deus criou o céu e a terra, do caos Ele fez o cosmo. Com a ressurreição de Cristo, somos criaturas novas, o Céu e a Terra foram lavados e salvos por sua morte e ressurreição.
Com a ressurreição de Cristo, todos foram colocados em um novo céu e uma nova terra. De que maneira somos colocados? Pelo nosso batismo! O nosso batismo é a passagem do velho para o novo, da antiga aliança/criação para a nova aliança/criação. Irmãos, Cristo é o primeiro, o cabeça, o rei, o sacerdote eterno, o autor de todos os sacramentos e a partir dele, somos membros do seu corpo. Todos nós fomos resgatados e colocados no céu, mas antes vivemos na terra como passagem, pois parafraseando Santa Teresa: “Eu corro por esse mundo desejando morrer, para viver com Deus”. O Primeiro dia do novo Hexamerão começa no escuro, quando Maria Madalena vai ao túmulo de Jesus, da mesma forma lá em Gêneses. Estava escuro porque Jesus é o sol, a luz e o dia.
A terra em Gêneses também estava escura, sem forma e vazia até que Deus disse: “Faça-se a luz…” Quando Maria encontra Jesus, tudo fica claro e a luz volta ao mundo preenchendo de alegria os seus discípulos. E houve assim, uma tarde e uma manhã, primeiro dia e Deus viu que era bom.
Paz e Bem e um abraço do Frei Jhones!